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Italiana que vive em aldeia Xavante no interior do estado regulariza documentos com apoio do MP

Dentre os cerca de 1,4 mil atendimentos realizados durante a 1ª Edição Xavante da Ouvidoria Itinerante, promovida pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) nas aldeias da Terra Indígena de Parabubure, a história de Érika Benedetti, italiana nascida em Pisa, se destacou pela emoção e superação. Após três anos de peregrinação por cartórios, consulados e órgãos públicos, ela finalmente conseguiu regularizar sua situação no Brasil e garantir a documentação dos filhos, com o apoio do MPMT e de parceiros.

Érika chegou ao Brasil em 2015, como voluntária da Operação Mato Grosso, e no ano seguinte conheceu Dário, indígena Xavante, com quem se casou e teve dois filhos. Passou então a viver na aldeia Santa Clara, em Campinápolis, e iniciou uma longa e desgastante jornada para conseguir seus documentos e os das crianças. “Eu procurava tudo sozinha, sem orientação. Me mandavam de um lado para o outro. Fui para Nova Xavantina, Goiânia, Rondonópolis, etc. Era muito dinheiro, traduções, cartórios. E sempre com medo de estar irregular”, contou.

A virada aconteceu quando Érika recebeu auxílio da Promotoria de Justiça de Campinápolis, em parceria com o CAJE – Núcleo de Assistência ao Estrangeiro da UniEvangélica de Goiás. O processo foi conduzido gratuitamente e, finalmente, ela pôde respirar aliviada. “Eles fizeram tudo para mim. Eu só precisei assinar. Foi um alívio, uma felicidade. Agora meus filhos podem estudar e eu posso trabalhar”, comemorou a italiana.

Formada em música, com especialização em flauta transversal, Érika agora vislumbra novas oportunidades profissionais. Com a documentação regularizada, poderá solicitar a naturalização brasileira e buscar emprego formal, inclusive como professora. “É um recomeço. Agora posso planejar o futuro da minha família”, disse emocionada.

Para o promotor de Justiça Fabrício Mereb, o caso simboliza o papel social do Ministério Público. “Nossa missão vai além dos gabinetes. É resolver os problemas das pessoas. Hoje, ela sai com cidadania plena, apta a trabalhar e viver com dignidade.” Já a procuradora de Justiça e ouvidora-geral do MPMT, Eliana Cícero de Sá Maranhão Ayres Campos, destacou a importância da ação. “Essa edição da Ouvidoria Itinerante cumpriu seu papel institucional de levar dignidade e cidadania a esse povo originário e a todos que vivem nas comunidades indígenas.”

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