Centenas de palestinos da Faixa de Gaza foram autorizados a deixar o território, excepcionalmente, neste domingo (5), munidos de um salvo-conduto do Exército israelense, e poderão ir à Jerusalém para orar na mesquita de Al-Aqsa por ocasião da festa muçulmana do Aid al-Adha.É a primeira vez desde 2007 que palestinos muçulmanos de Gaza recebem, coletivamente e em número tão grande, a autorização de Israel para ir a Jerusalém – comentou uma ONG israelense.Esse alívio do rígido bloqueio imposto desde 2006 por Israel à Faixa de Gaza acontece mais de um mês depois de um novo conflito, que deixou 2.200 palestinos e 73 israelenses mortos em 50 dias.
Cerca de 500 habitantes de Gaza, todos com mais de 60 anos – grupo considerável menos ameaçador em termos de segurança pelo Exército -, foram autorizados a permanecer em Jerusalém entre este domingo e a próxima terça-feira.Um primeiro grupo de peregrinos de Gaza chegou ao destino neste domingo pela manhã, a bordo de um ônibus fretado pelo Exército, e conseguiu passar algumas horas na Esplanada das Mesquitas e na velha Jerusalém. O retorno estava previsto para as 15h (9h no horário de Brasília).A maioria desses fiéis muçulmanos não via há décadas o Domo da Rocha da Esplanada, terceiro lugar mais sagrado do Islã.
"Há 35 anos que eu não venho aqui. Mudou muito desde então", constatou Um Dallaleh Fayyad, habitante de Gaza. "Parece que estou no paraíso", celebrou.A organização israelense Gisha, que milita nos tribunais pela liberdade de movimento dos palestinos, saudou o gesto de Israel.Por ocasião da festa muçulmana do Sacrifício, outros 500 palestinos, também acima dos 60 anos, foram autorizados por três dias a visitar seus parentes na Cisjordânia ocupada, informou um comunicado militar.Além disso, pela primeira vez em sete anos, o Exército também autorizou a exportação para a Cisjordânia de produtos alimentícios de Gaza, principalmente peixe, acrescentou a Gisha.
G1