Lewis Hamilton em primeiro, Nico Rosberg em segundo. O Grande Prêmio da Austrália, que abriu o calendário de 2015 da Fórmula 1 neste domingo, terminou da mesma maneira que o campeonato do ano passado: dominado pela Mercedes. Fato que vem irritando o chefe da Red Bull, Christian Horner, que sinalizou uma possível saída dos austríacos do esporte caso as atuais regras, que beneficiam a equipe germânica, não sejam modificadas.
"Vamos avaliar a situação novamente na metade da temporada, como fazemos todos os anos. Vamos olhar os custos e as receitas. E, se não estivermos totalmente satisfeitos, podemos cogitar uma saída da F1. Sim, existe a possibilidade do sr. Mateschitz perder a paixão pelo esporte", declarou.
Na primeira etapa de 2015, a Red Bull teve um desempenho ruim, com um sexto lugar de Daniel Ricciardo e a desclassificação de Daniil Kvyat antes mesmo da largada. Bem diferente dos anos áureos da equipe, entre 2010 e 2013, quando o motor Renault rendeu a Sebastian Vettel, hoje na Ferrari, o tetracampeonato.
"Quando estávamos ganhando, nunca tivemos a vantagem que a Mercedes tem. Eu lembro que os difusores duplos foram banidos, exaustores foram mudados, mapeamento do motor no meio da temporada foi alterado. Não tiro o mérito da Mercedes, porque eles fizeram um trabalho incrível. Construíram um bom carro, um motor fantástico e têm dois grandes pilotos. O problema é que a diferença é tão grande que você acaba participando de uma briga interna, e isso não é saudável para a F1", lembrou Horner.
Ecclestone apoia reivindicação – Quem também se pronunciou sobre o assunto foi o diretor-geral da Fórmula 1 Bernie Ecclestone. Em entrevista à agência Reuters, o dirigente disse concordar com as críticas da escuderia austríaca.
"Eles estão 100% corretos. A Mercedes fez um trabalho de primeira classe, que todo mundo reconhece. Mas temos que mudar um pouco as coisas agora, e tentar equilibrar mais", falou Ecclestone, que lembrou algumas medidas tomadas pelo ex-presidente da FIA, Max Mosley.
"Há uma regra, acho que foi Max que usava quando estava no comando, que era a seguinte: quando uma equipe ou uma fabricante de motor fazia um trabalho mágico — como a Mercedes agora — a FIA ia lá e melhorava as coisas", acrescentou.
Por fim, perguntado sobre a ameaça da Red Bull de deixar a competição, Bernie foi categórico. "Dieter é um cara esportivo, e não acho que vai querer sair só porque está perdendo. Ele é mais do tipo que deixa o negócio se estiver vencendo", concluiu.
Fonte: iG