O decreto do Carro Sustentável zerou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos com alta eficiência energética e ambiental feitos no Brasil. Com isso, os preços já baixaram entre R$ 8 mil e R$ 13 mil, conforme o modelo e a marca.
Na outra ponta, os menos eficientes, como esportivos e utilitários movidos a diesel, como SUVs e picapes, será o oposto. Conforme as regras do programa Mover e do IPI verde, com o imposto maior os preços para o consumidor deverão subir. No caso dos com motor a diesel, o IPI subirá de 6,3% para 18,3%.
Conforme a tabela divulgada pelo governo, o chamado IPI verde terá várias camadas que vão variar conforme o tipo de motor e a eficiência energética. Por exemplo, carros elétricos e híbridos flexíveis (ou a etanol) do tipo PHEV pagarão menos imposto. Enquanto isso, os 100% a diesel serão os mais taxados, com adição de 12 pontos porcentuais na alíquota.
As novas regras estabelecem alíquota inicial de 6,3% de IPI para automóveis e de 3,9% para picapes e comerciais leves. Já no caso dos habilitados como Carro Sustentável, o IPI é zerado conforme o cumprimento de regras como produção nacional completa e emissão máxima de 83g/km de CO2.
Nos demais casos, o IPI verde vai seguir uma tabela de valores para definir a alíquota que deverá ser recolhida. Por exemplo, veículos PHEV com sistema híbrido recarregável flex terão direito a redução de 2 pontos porcentuais (p.p.) no imposto. Assim, em vez de 6,3%, o imposto será de 4,3%.
Conforme a tabela, os maiores beneficiados serão os elétricos e híbridos com motores flexíveis, com vantagem tributária para os modelos do tipo PHEV. Já os mais penalizados serão os puramente a combustão, movidos apenas por motores a gasolina e a diesel. Por exemplo, um sedã importado somente a gasolina passará a ter IPI de 12,8% de IPI.
Potentes pagam mais
O imposto pode subir ainda mais conforme a potência do motor do veículo. No caso do Carro Sustentável, o limite é de 115 cv para ter direito ao IPI zero. Para os demais, haverá extras conforme a mecânica. Veículos a diesel com mais de 143 cv (105 kW) terão acréscimos adicionais na alíquota.
Nesse cenário, SUVs a diesel derivados de picapes tendem a ser os mais penalizados. É o caso, por exemplo, de Chevrolet Trailblazer, Mitsubishi Pajero Sport e Toyota SW4. Assim, além dos 12 p.p. adicionais para os veículos a diesel, modelos com motor de 200 cv pagarão mais 1,5 p.p., elevando o IPI de 6,3% para 19,8%.
Alguns critérios ligados a questões ambientais, como a quantidade de peças possíveis de serem recicladas, podem descontar parcialmente esse aumento no IPI. Porém, abaixo do que seria suficiente para evitar uma futura alta nos preços desses modelos.
O critério de potência penaliza em 3 p.p. os veículos com motores acima de 394 cv. Ou seja, esportivos a gasolina também ficarão mais caros. A nova tabela do IPI verde deverá entrar em vigor na primeira quinzena de outubro.