Sandra Arroyo Salgado, ex-mulher do promotor, disse em uma entrevista coletiva em Buenos Aires, nesta quinta-feira, que as análises mais recentes feitas pelos peritos confirmaram que não havia rastros de pólvora em nas mãos de Nisman e descartam a possibilidade de suicídio.
Outras conclusões são de que o disparo foi na parte traseira da cabeça e de que o corpo foi movido quando Nisman já estava morto (informação que não constava do relato da promotora Viviana Fein, encarregada da investigação).
O promotor investigava o atentado contra o centro judaico Amia, em 1994, e havia acusado a presidente Cristina Kirchner de ter acobertado um suposto envolvimento do Irã no episódio.
Questionamentos
Os peritos fizeram suas análises com base em vídeos e documentos da autópsia, a pedido de Arroyo, que é juíza federal e que questionou a condução oficial das investigações.
A juíza encarregada do caso, Fabiana Palmaghini, ainda tem de se pronunciar quanto a se aceita ou rejeita a perícia independente, que contradiz alguns pontos dos relatos oficiais.
A promotora Viviana Fein ainda não descarta totalmente a hipótese de suicídio.
Consultada pela imprensa a respeito da perícia encomendada por Arroyo, Fein afirmou nesta quinta-feira que "nada permite que se afirme hoje de maneira categórica que tenha sido um suicídio ou um homicídio".
O novo relatório e suas contradições com as investigações oficiais despertam mais incerteza em um caso envolto em mistério.
Enquanto para a Promotoria a morte ainda tem causas duvidosas, a família de Nisman afirma que a única grande interrogação é quem matou o promotor.
Fonte: BBC BRASIL