"A motivação da Difusão Azul é pela ajuda a um delinquente. Esta é a razão do comunicado da Interpol, que veio de Brasília nesta quinta-feira [21]. É preciso esclarecer que não se trata da Difusão Vermelha, pois o objetivo não é prender Larissa, apenas temos de encontrá-la e informar o paradeiro dela e dos filhos às autoridades paraguaias e brasileiras", disse Francisco Javier Cristaldo Gomez, comissário da Interpol no Paraguai.
Ele afirmou ao G1 que há duas possibilidades reais sobre o paradeiro de Larissa. A primeira é a de que ela tenha permanecido no Paraguai, sob guarida de alguma pessoa. A outra é a de que ela tenha passado ou esteja tentando passar pelas fronteiras secas entre Paraguai e Brasil. "Acreditamos em duas hipóteses: a de que ela ainda esteja no interior do país, em cidades como Pedro Juan Caballero, Ponta Porã e até Cidade del Leste. O objetivo seria passar para o Brasil pelas fronteiras secas. A outra é a de que ela já possa ter passado para o lado brasileiro".
Cristaldo disse que pediu ajuda à Polícia Federal do Brasil para vigiar as fronteiras, às polícias rodoviárias dos dois países para monitorar a passagem de um carro com as características da que Larissa e Abdelmassih usavam para transportar as crianças, um Kia Carnival, já que a Mercedes Benz do casal ficou na casa, em Assunção.Passamos várias informações para todas as autoridades que possam estar nos possíveis caminhos, rotas de saída do país. Se a localização dela for certa, não a prenderemos, apenas a monitoraremos e passaremos as informações sobre o encontro para a Interpol. Repito, isso não é um mandado de prisão. Ela não será presa, esclareceu Cristaldo.
Prisão do ex-médico
O ex-médico foi preso na terça-feira (19) em Assunção. Ele foi expulso e cumpre pena em Tremembé, no interior de São Paulo. Abdelmassih tem 70 anos e era considerado um dos principais especialistas em reprodução humana no Brasil. Ele foi condenado pela Justiça a 278 anos de reclusão pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor contra pacientes.
Família de Larissa defende Abdelmassih
O pai e a irmã da mulher de Roger Abdelmassih afirmaram que acreditam na inocência do ex-médico. Moradores de Jaboticabal, no interior do estado de São Paulo, os parentes da ex-procuradora Larissa Maria Sacco afirmaram haver "mentiras" e "absurdos" nas acusações de estupros e abusos que levaram à condenação de Abdelmassih.
Ao G1, o pai de Larissa, Vicente Sacco, foi enfático.Tem muita mentira, afirmou. Maria Cândida, irmã mais velha de Larissa, revelou que Larissa não permanecerá no Paraguai. Lá ela não vai ficar. Nem ela sabe ainda (para onde irá), explicou.De acordo com Maria Cândida, sua família está muito abalada com a prisão de Roger e os desdobramentos do caso.Nós estamos muito cansados, há tempos já, passando por uma situação nada agradável para nós, de exposição da família, que não tinha nada a ver, só o que fizeram com a gente em função disso, explicou.
A irmã de Larissa disse não acreditar nos depoimentos das vítimas do ex-médico. A família tem acompanhado as notícias, segundo ela, incrédula. Mas por ora, não deseja se posicionar.Nós temos nossas certezas também e essas mulheres falando absurdos que a gente escuta, tem coisa que a gente dá risada. Não queremos falar porque não vai adiantar nada. Estamos emocionados, está difícil, disse ela.
Para Maria Cândida, Roger Abdelmassih não cometeu nenhum crime.Nós acreditamos na inocência. No nível que estão falando das coisas é um absurdo. Isso é um absurdo. Nós não acreditamos em nada disso porque nós conhecemos a pessoa".Questionada se a família pretende visitar Roger na Penitenciária Tremembé, no interior de São Paulo, Maria Cândida rebateu:E por que não? Agora é tudo muito recente, não vamos tomar atitude nenhuma.
G1