Foto Emanuelle Rogonni
Noelisa Andreola – Da Redação
Conhecer outros países e promover a troca de experiências, este é o pensamento da maioria dos jovens que querem realizar um intercâmbio. Mais do que uma simples viagem para conhecer outro país, o intercâmbio promove a agregação de novas culturas e instiga o estudante a ver o mundo com outros olhos.
A necessidade de ter proficiência em outra língua fez aumentar o número de brasileiros em busca de formação no exterior. Por ano, cerca de 230 mil jovens saem do Brasil para realizar esta jornada.
Fazer intercâmbio é um passo importante na vida de um estudante. Por isso é necessário fazer planejamento, pesquisar os países que pretende estudar, qual irá se adaptar melhor ao perfil do acadêmico e ao seu estilo de vida, para só então procurar uma agência de viagens confiável e, é claro, encaixar a renda no seu sonho.
Para o estudante de psicologia, Raul Bruno, o intercâmbio está programado para janeiro de 2016 e será a realização de um projeto. Com a viagem, Raul terá a oportunidade de conhecer o país pelo qual é apaixonado, o Canadá, e ainda aperfeiçoar as duas línguas estrangeiras que estudou, o inglês e o francês.
Para tornar o sonho possível, ele está se planejando financeiramente e cortando gastos. “Comecei a pensar na possibilidade no ano passado, era algo que eu sempre quis e neste ano passei a me organizar para concretizar este projeto. Eu liguei para uma agência de viagens e fiz um orçamento. Eles me aconselharam a fazer o meu passaporte o quanto antes para facilitar os trâmites e tirar os vistos”, conta o intercambista.
Viajar para outro país sozinho implica em várias questões e a moradia é uma delas. A mais comum entre as opções é a “homestay”, onde uma família local recebe os estudantes em sua casa. Uma forma ímpar de fazer com que o jovem seja imerso com mais facilidade nos hábitos culturais do país. Essa foi a opção de Raul. “Irei ficar em uma casa de família onde, além de ter um custo menor, será uma forma de adquirir mais experiência, porque irei praticar a todo o momento a língua local”, afirma.
A experiência de viver em outro país é única e todo jovem que deseja ter um diferencial em seu currículo profissional – e de vida – deveria começar a pensar em fazer, aponta Raul.
O estudante de direito Victor Lopes já teve sua experiência em Vancouver, no Canadá, e diz que é enriquecedor vivenciar outras culturas e que aprendeu muito depois de seu intercâmbio e pretende fazer outro. “Vale muito a pena fazer o intercâmbio. Descobri que os meus seis anos de inglês não eram nada em comparação com o que eu aprendi lá. Para eu saber que era isso realmente o que eu queria, fiz muitas pesquisas sobre o local e a cultura. Assisti a vídeos no youtube e conversei com amigos que já tinham ido. Eu queria ter certeza de que Vancouver seria o lugar certo”, explicou Victor.
O cotidiano e os hábitos de outro país podem ser estranhos no início, mas com o tempo torna-se rotineiro e comum. “É diferente no começo, mas depois você pega o ritmo. Lá os hábitos são diferentes, a aula começa às 9h, as refeições mais importantes são o café e o jantar. No início o que eu mais senti falta foi do almoço, mas depois acabei me acostumando. Além de tudo, achei incrível a qualidade de vida do país e a segurança, pois eu podia andar despreocupado nas ruas”, enfatiza o jovem.
A proprietária da agência de viagens intercâmbio Connecting Borders, Ludmila Bezerra, diz que os brasileiros procuram cidades seguras e estáveis. “Os países mais procurados para intercâmbio são Canadá, Estados Unidos e Inglaterra. Já para os que procuram destinos exóticos e mais baratos tem a Ilha de Malta e a África do Sul, como principais opções entre os estudantes”.
Ludmila explica que é importante escolher uma escola que preze pela qualidade da orientação e dá algumas dicas. “Viaje sozinho, evite ir acompanhado de amigos, isto dificulta o processo de imersão na cultura local, e além de tudo tenha maturidade e responsabilidade para saber se portar onde esteja e respeitar as diferenças. Estar sempre com a mente aberta e esquecer os estereótipos, afinal americano não vive de pizza e alemão não come apenas chucrute!”, brinca.
A proprietária da Connecting ainda enfatiza que o intercambista deve estar aberto a experimentar, para que possa conversar, trocar ideias, e experiências com os nativos. “Você não está comprando um curso e sim um sonho ou projeto”, pontua.
Ela ainda explica que realizar um intercâmbio é um grande acontecimento na vida de estudante, muitas vezes se tornando um “divisor de águas” e, como tudo na vida, é preciso ter foco para conseguir o que almeja. “As pessoas têm que desmitificar que um intercâmbio é caro, viajar é uma questão apenas de poupar dinheiro e usá-lo de maneira que some para você. Com a crise existem vários pacotes com descontos, basta apenas procurar”.
Preparativos antes da viagem de intercâmbio
Providenciar seu passaporte com a máxima antecedência possível é primordial. A burocracia pode tornar o processo mais lento do que parece. Se você já tem passaporte, verifique o prazo de validade, para não correr o risco de que ele expire durante a viagem.
Ainda é importante averiguar se os países que você pretende visitar exigem visto. Caso sim, é necessário regularizar a documentação para consegui-los com antecedência. Alguns países só têm representações diplomáticas em Brasília – DF, o que significa mais tempo de espera.
Previna-se sempre fazendo uma assistência médica internacional, pois os médicos e hospitais no exterior são caríssimos e você poderá estar desprevenido em uma emergência.
Entrar em contato com seu banco ou administradora de cartão de crédito é importante para obter uma listagem com os locais dos caixas eletrônicos fora do país.
E por fim, não se esqueça de tirar uma cópia da passagem aérea e passaporte. No caso de extravio de um deles, fica muito mais fácil solicitar a segunda via.