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Intenção de Consumo das Famílias sobe 4,9% em dezembro ante novembro, aponta CNC

Os brasileiros ficaram mais propensos às compras em dezembro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 4,9% em relação a novembro, já descontadas as influências sazonais.

O resultado representou o segundo avanço consecutivo, subindo ao patamar de 98,6 pontos. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a intenção de consumo avançou 0,2% em dezembro de 2025. Segundo a CNC, a melhora recente reflete o impacto sazonal de datas como Black Friday e Natal, mas também um maior otimismo do consumidor no curto prazo.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) cresceu 2,3% em dezembro ante novembro, segunda alta consecutiva, já descontadas as influências sazonais. O indicador alcançou 101,7 pontos, maior nível desde agosto, na zona de otimismo (acima de 100 pontos). Na comparação com igual mês do ano anterior, o Icec recuou 5,9% em dezembro de 2025.

Para a CNC, a reação do consumo no fim do ano reforçou um otimismo moderado no comércio.

“O fim de ano continua sendo decisivo para o setor, pois ajuda a recompor a confiança dos consumidores e movimentar o comércio, mesmo em um cenário de juros elevados. A reação da intenção de consumo mostra a resiliência das famílias e o peso das datas sazonais para a economia”, declarou o presidente da CNC, José Roberto Tadros, em nota.

Na passagem de novembro para dezembro, houve crescimento em todos os sete componentes da Intenção de Consumo das Famílias (ICF): emprego atual, alta de 4,1%, para 120,2 pontos; renda atual, 4,4%, para 117,6 pontos; nível de consumo atual, 5,8%, para 86,3 pontos; perspectiva profissional, 2,2%, para 106,6 pontos; perspectiva de consumo, 5,3%, para 100,9 pontos; acesso ao crédito, 5,4%, para 93,9 pontos; e momento para aquisição de bens de consumo duráveis, 7,7%, para 66,0 pontos.

A propensão ao consumo cresceu tanto entre os mais pobres quanto entre os mais ricos em dezembro. No grupo com renda mensal abaixo de 10 salários mínimos, o ICF subiu 5,1% em relação a novembro, para 96,8 pontos. Entre as famílias com renda superior a 10 salários mínimos, o ICF expandiu 4,2%, para 108,8 pontos.

No Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), também houve melhora disseminada em todos os componentes e subcomponentes na passagem de novembro para dezembro. O componente de avaliação das condições atuais cresceu 3,1%, com altas nos itens economia (4,0%), setor (4,2%) e empresa (1,7%). O componente das expectativas subiu 3,1%, com elevações nos quesitos economia (6,5%), setor (2,4%) e empresa (1,1%). O componente das intenções de investimentos teve elevação de 0,7%, com aumentos nos itens investimentos na empresa (0,5%), contratação de funcionários (1,4%) e estoques (0,1%).

De acordo com o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, os dados mostram um cenário de recuperação pontual, sustentado por fatores sazonais. “O aumento da confiança dos empresários acompanha a reação do consumo no fim do ano, mas a queda na comparação anual indica que o ambiente macroeconômico ainda impõe limites. O custo do crédito e a incerteza sobre a trajetória dos juros seguem sendo os principais desafios para uma retomada mais consistente”, avalia.

Estadão Conteudo

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