Assinado sob protesto da sociedade organizada, o contrato de R$ 516 milhões imposto pelo então prefeito Francisco Galindo até agora não começou a dar retorno à população. Parte desses milhões foi usada em encontro de contas – dívida da Prefeitura junto à antiga Sanecap – e a outra parte ainda não se sabe exatamente de que forma foi investida. O certo é que a concessão levou a prefeitura a perder recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1).
Com a posse do novo prefeito Mauro Mendes (PSB), vereadores de oposição ameaçaram montar uma CPI para investigar o cumprimento do contrato e que foi abortada por manobras políticas.
Finalmente agora, em outubro, mediante ordem judicial, foi instalada a aguardada CPI da CAB e que tem como presidente o vereador Renivaldo Nascimento (PDT). “A mesa diretora da Câmara travava o pedido”, reclama.
O vereador revela que a falta d’água em vários pontos da cidade ocorre por não haver investimento e que “a CAB tem de colocar dinheiro novo; não pode só arrecadar, é preciso investir em novas redes e refazer as mais antigas”. Aparentemente, o fato de a CAB não alocar novos recursos no sistema de abastecimento reflete em serviços precários e, a cada dia, “surge uma fossa nova, tornando a cidade malcheirosa”, expõe Nascimento.
Renivaldo Nascimento considera uma vergonha o serviço de água e esgoto que se tem hoje e devido à concessão e observa que a prefeitura já perdeu muito dinheiro do Governo Federal. A CAB Cuiabá, por sua vez, emitiu nota de que não rebaterá críticas nem se manifestará em entrevistas e questionamentos de membros da CPI enquanto não for notificada oficialmente para prestar esclarecimentos na comissão.