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Inquéritos contra pai, mãe e sogro de atiradora vão para outro juiz

Juiz da 10ª Vara Criminal de Cuiabá, João Bosco Soares da Silva declinou a competência de processar e julgar o empresário Marcelo Martins Cestari, sua esposa Gaby Soares de Oliveira Cestari, e o empresário Glauco Fernando Mesquita Correa da Costa. Os três foram indiciados na investigação da morte da adolescente Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos. Marcelo e Gaby são pais da adolescente B.O.C., que atirou em Isabele. Já Glauco é pai do namorado de B.

A decisão do juiz atende pedido feito pelo promotor de Justiça Marcos Regenold. Desta forma, a ação contra Marcelo e Gaby será distribuída para uma outra Vara Criminal de Cuiabá. Já em relação a Glauco, vai para o Juizado Especial Criminal. Caberá aos promotores que atuam na Vara Criminal e no Juizado Especial analisarem a conduta dos indiciados e decidirem pela denúncia ou não.

"Outrossim, no Juízo competente o órgão do Ministério Público que ali oficia poderá inclusive aquilatar acerca de medidas necessárias a serem impostas ao implicado, como a própria prisão preventiva ou cautelares diversas, em razão dos graves fatos apurados e narrados pela autoridade policial, que configuram  embaraços à apuração dos fatos e mesmo crime de fraude processual", enfatizou Regenold.

Mãe e sogro

Apesar de terem sido indiciados pelo mesmo crime, omissão de cautela na guarda da arma de fogo, o entendimento do promotor e do juiz é que a mãe da atiradora, Gaby Cestari, e o sogro Glauco Mesquita, devem ser julgados em varas separadas. A ação contra Glauco foi para o Juizado Especial, mas a de Gaby Cestari vai para a mesma que a do marido. A penalidade prevista para Glauco é de 1 a 2 anos. Mas para Gaby é de 3 a 6 anos por ser o crime cometido em concurso de pessoa, ou seja, com Marcelo Cestari.

O promotor justifica a diferença ao apontar que Gaby Cestari, ao "ter deixado de observar as cautelas necessárias para impedir que sua filha B..O. C., se apoderasse das armas de fogo", acabou resultando nos demais fatos que levaram ao indiciamento de seu esposo por homicídio culposo.

Caso Isabele

Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, morreu, após levar um tiro no nariz que atravessou sua face e saiu pela nuca, na noite de 12 de julho, na casa da família Cestari, no condomínio Alphaville I, no bairro Jardim Itália, em Cuiabá.

Isabele passou a tarde na casa da amiga B.O.C., onde fez uma torta de limão e jantou no local. Próximo da hora de retornar para sua casa, no mesmo condomínio, ela levou um tiro disparado por B., da arma do seu sogro. 

Redação

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