Países do continente americano vão fazer um esforço em conjunto ao longo desta semana para aumentar os índices de vacinação. A campanha, desenvolvida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), começou no sábado e segue até o dia 3. O objetivo é aplicar 66,5 milhões de doses de imunizantes durante o período.
Essa iniciativa é especialmente direcionada para a imunização contra o sarampo, por causa dos surtos registrados em Estados Unidos, Canadá e México, com mais de 2,6 mil casos confirmados e 3 mortes. O número é três vezes maior do que o do ano passado.
Em abril, quando ocorreu o primeiro óbito em dez anos em decorrência da doença nos EUA, apenas 2% dos norte-americanos infectados tinham o esquema vacinal de duas doses completo. Outros 4% haviam tomado a primeira dose. Os demais, 94%, não haviam se imunizado ou não sabiam dizer se tomaram a vacina.
BRASIL
O cenário no exterior reforça a necessidade de imunização no País, segundo especialistas. “A reintrodução do vírus é algo esperado. O mundo não está livre do sarampo. A entrada de pessoas infectadas no Brasil já aconteceu e voltará a acontecer. O que precisamos evitar é que o vírus encontre um ambiente suscetível”, disse Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). “Talvez (o sarampo) seja a doença de maior transmissibilidade que conhecemos. Para cada caso, você pode ter 20 casos secundários.”