Na semana passada, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, afirmou que o campeonato no Brasil teria o menor valor cobrado em Copas. Mas não deu detalhes sobre o bilhete – todas as informações serão divulgadas na próxima sexta-feira.
Mas o blog apurou que o cartola levou em conta o valor de meia-entrada para dar sua declaração. Isso significa que o preço cheio, sem desconto de estudantes ou idosos, será superior ao que se cobrava na Africa do Sul na categoria 4. Com o desconto de meia-entrada, o bilhete ficará abaixo dos 140 rands cobrados em terras africanas, que, na conversão atual, gira em torno de R$ 31,00.
Ressalve-se que não se sabe qual o câmbio será utilizado pela Fifa. Até porque, no Mundial-2010, o bilhete da categoria 4 só existia em rands porque só poderia ser comprado por torcedores locais, assim como ocorrerá no Brasil. Ou seja, não é possível usar o dólar como parâmetro.
Outra informação interna na Fifa dá conta que o Brasil terá o ingresso mais barato da história “recente” das Copas. Assim, a entidade relativiza a declaração de Valcke, descartando comparações com valores cobrados em edições antigas, como a do Brasil em 1950.
Feitas as contas, é bem provável que a meia-entrada de menor valor fique entre o patamar africano e o da Copa das Confederações. Na competição de 2013, essa entrada de preço mais baixo foi de R$ 57,00, com a meia valendo R$ 27,50. Ou seja, deve ser um preço pouco superior a esse já que a entidade sempre deixou claro que cobraria mais do campeonato principal do que do preparatório.
A Fifa repetidas vezes disse que tentaria agraciar a população brasileira com preços populares. Sempre houve, no entanto, um desconforto dentro da entidade com as meias-entradas. Tanto que ocorreram diversas discussões com o governo federal antes de se estabelecer que estudantes e idosos teriam direito ao benefício.
A saída para a federação internacional foi adotar uma política parecida com a de organizadores de shows no Brasil em que a meia-entrada é vista como patamar mínimo. Assim é possível fazer o anúncio do ingresso mais barato e agradar o público, já que caiu o apoio ao Mundial durante os protestos na Copa das Confederações. A maioria da população continua favorável ao evento, segundo pesquisas.
Quanto aos preços das outras categorias, 3, 2 e 1, devem ser estabelecidos em dólar e real, pois também serão vendidos a estrangeiros. A negociação de bilhete se inicia em agosto, mas o grosso deles será comercializado no final do ano, após o sorteio de grupos.
Blog Rodrigo Mattos/UOL