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Influenciadores promoviam esquema com raspadinhas em MT; lucros eram repassados para facções

Influenciadores digitais foram utilizados para promover um esquema de jogos de azar por meio de “raspadinhas”, comercializadas em mais de 20 cidades de Mato Grosso, que movimentava grande parte dos lucros para uma facção criminosa. A Operação Raspadinha do Crime, deflagrada na última terça-feira (14), desarticulou a engrenagem criada pelo grupo, que buscava mascarar suas atividades como uma promoção legítima.

As investigações foram conduzidas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco), em parceria com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco). Segundo a Polícia Civil, os integrantes da facção montaram núcleos regionais nas cidades onde os bilhetes eram vendidos, coordenados pelos chamados “irmãos da facção”, responsáveis pelos pontos de venda, chamados de “quebradas”.

O funcionamento do esquema incluía a distribuição dos bilhetes, arrecadação dos valores, controle contábil e remessa dos lucros ao núcleo financeiro da facção. Do total arrecadado, 10% ficavam com o distribuidor local, 10% eram repassados ao comerciante revendedor e 80% eram destinados à facção, por meio de contas de “laranja”. Os “irmãos” também atuavam na intimidação de comerciantes e aplicação da “disciplina” da facção, garantindo a manutenção da ordem e da lucratividade do esquema.

A divulgação do projeto, chamado de “Raspa Brasil”, começou oficialmente em 23 de março de 2025, pelo Instagram, e cresceu rapidamente no interior do estado. Jovens influenciadores digitais, inclusive menores de idade, foram recrutados para gravar vídeos promovendo prêmios e associando suas imagens ao projeto, criando uma falsa narrativa de sorte e normalidade, mascarando o vínculo com o crime organizado.

As raspadinhas eram vendidas por R$ 5, com promessa de prêmios de até R$ 50 mil, mas as investigações apontaram que os valores reais distribuídos não ultrapassavam R$ 100. As remessas eram enviadas por transportadoras comuns, acompanhadas de notas fiscais falsas para disfarçar o conteúdo, e o resgate dos supostos prêmios ocorria via QR Code e comunicação direta pelo WhatsApp.

Segundo a Polícia Civil, além dos influenciadores, comerciantes e donos de bares e distribuidoras contribuíam para a propagação do esquema no estado. A operação desarticulou a rede e evidenciou como o crime organizado se utiliza de estratégias modernas de marketing digital para expandir atividades ilícitas e captar recursos para financiar suas operações.

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