Impressionado com os absurdos preços gerados pela altíssima inflação de 63% ao ano da Venezuela, o fotógrafo Carlos Garcia Rawlins, da agência de notícias Reuters, fez uma série de fotomontagens ilustrando ao público o quão difícil se tornou a aquisição de produtos básicos no País. Para chegar às conclusões pretendidas, ele usou a cotação oficial do país, de 6,3 bolivars para cada dólar, e detectou preços alarmantes.
Um aparelho televisor de 32" da Samsung, por exemplo, que custaria não mais de R$ 1.500 no Brasil, pode ser encontrado em lojas de Caracas a 34.500 bolivars, o equivalente a US$ 5.476 – mais de R$ 13,6 mil. Um tênis Adidas modelo Adipure Crazy, cujo preço médio no País é de R$ 200, chega a 7.547 bolivars (algo em torno de US$ 1.198 ou de R$ 2,9 mil) em território venezuelano.
Os índices beiram ainda mais o absurdo quando analisados produtos tão básicos quanto uma lâmpada (US$ 13,50/R$ 33,65), uma toalha de banho (US$ 136/R$ 338), uma panela de pressão (US$ 507/R$ 1.263), um liquidificador (US$ 595/ R$ 1.493) e um pneu (US$ 753/R$ 1.876). O quilo de cenoura, então, tem sido vendido por 120 bolivars (US$ 19/R$ 47), enquanto um pacote de 22,7 kg de ração para cachorro, por 1,716 (US$ 272/R$ 677).
As conversões levaram em conta somente o câmbio oficial venezuelano. Isso porque, se pelas taxas do governo é possível comprar US$ 675 com o salário mínimo de 4.252 bolivars – 6,3 bolivars por cada dólar –, no mercado paralelo a realidade é bem diferente e o mesmo montante equivale a US$ 42,50 – 100 bolivars para cada dólar.
Fonte: iG