Índios da etnia Karajá sequestraram o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), de Santo Félix do Araguaia, a 1.159 km de Cuiabá, nesta quinta-feira (9) para reivindicar melhorias na saúde das comunidades indígenas da região. Milton Martins de Souza estava na sede do Dsei em São Félix do Araguaia quando um grupo de indígenas chegou ao local e o levou com eles para a Aldeia Fontoura, que fica na Iha do Bananal, na divisa de Mato Grosso com o Tocantins.
Eles cobram a presença do secretário da Secretaria Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves, para que ele veja de perto a realidade da saúde indígena, segundo o cacique Luiz Carlos Mauri Karajá, da aldeia Santa Isabel, em São Félix do Araguaia. "Somos pacíficos, sempre gostamos de diálogo. Não somos a favor da agressão e da violência, só cansamos de sofrer. Nossas crianças e velhos estão morrendo por negligência", declarou.O G1 entrou em contato com o Ministério da Saúde, mas até o fechamento desta reportagem não havia recebido resposta. A equipe também conversou com um funcionário do Dsei, onde Milton é coordenador, o qual alegou que o Ministério da Saúde os orientou a não prestar informações sobre o caso, mas, segundo ele, o coordenador acompanhou os indígenas e não resistiu para evitar confronto.
O cacique Karajá reclamou da falta de medicamentos nos postos de saúde das comunidades indígenas. Para ele, 'não basta ter médicos, tem que ter medicação'. A situação piorou, segundo ele, nos últimos cinco anos, depois que a gestão da saúde passou a ser administrada pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e não mais pela Fundação Nacional do Índio (Funai). "Tem recursos, mas esses recursos não estão chegando até os índios. O secretário ", alegou.
O Distrito da região Araguaia atende índios de 15 aldeias, sendo sete em Mato Grosso e o restante em Tocantins.Conforme dados da Fundação Nacional do Índio (Funasa), em 2010 viviam mais de 3 mil índigenas nessas aldeias.
G1