Na manhã desta terça-feira (06), o governador de Mato Grosso Pedro Taques (PDT), em visita a sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), declarou como vergonhosa o atual quadro de violência no Estado. Conforme declarou o próprio gestor, os índices de crimes são alarmantes. Dos 18 crimes classificados no Mapa da Violência do Ministério da Justiça, de 2013, Mato Grosso teve um incremento em 12.
No mesmo dia foram deflagradas “operações de impacto”, sigilosas, de combate ao crime, com a intenção de reverter este quadro preocupante.
O secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Mauro Zaque, informou que as polícias Militar, com todo o seu efetivo, e Civil, em conjunto com o Departamento de Trânsito (Detran/MT) já estão nas ruas inopinadas, fazendo blitz, saturação das áreas de crimes, com todo o aparato policial.
“Hoje iniciamos uma operação em Cuiabá, em que todo o aparato de Segurança Pública está empregado em defesa da sociedade. Serão operações integradas com a Polícia Militar, Polícia Federal, Polícia Civil, Bombeiros, entre outros órgãos ligados a Segurança Pública, que vai utilizar dos mais avançados elementos tecnológicos com o suporte das informações do setor de Inteligência para alcançar o melhor resultado”, disse Zaque.
O governador afirmou que a Segurança Pública irá atuar na repressão e prevenção da criminalidade por meio da regionalização, integração e inteligência policial
“E você que está pensando em cometer crimes fique esperto, que eu tenho certeza que a Secretaria de Segurança Pública vai atuar firmemente para que o cidadão se veja livre das práticas de crime e os índices sejam reduzidos. O Estado tem o dever fundamental de proteger o homem e a mulher de bem. O Estado serve para que não exista barbárie, a prática de crimes”, alerta o governador.
Para isso haverá uma chamada “sala de situação” em que o governador participará com reuniões mensais com toda a direção da Sesp, onde serão convidados o procurador-geral de Justiça de Mato Grosso e o presidente do Tribunal de Justiça para fazerem um acompanhamento dos índices de criminalidade.
“O Estado não vai bem. A situação financeira é preocupante e eu não vou aqui mentir, falar para inglês ver. Mas em algumas áreas eu não posso cortar gastos e piorar a situação a que encontramos”, sinaliza o pedetista.
Sistema prisional
Há em Mato Grosso em média 10 mil presos para 6,5 mil vagas no sistema prisional. Para sanar este gargalo da Segurança Pública, existe a intenção de trazer a iniciativa privada para participar deste sistema.
“Nós estamos estudando em quem sabe a criação de uma agência para tratar do sistema penitenciário. Em alguns estados isto já tem sido pensado. Existem vários recursos do governo Federal que podem ser utilizados aqui, mas não são pela falta de projetos, e da retirada deles do papel, onde existem muitos“, pontua o governador Pedro Taques (PDT).
As mudanças devem passar do administrativo ao operacional, e cita o caso da delegacia do município de Vila Rica, em que a escrivã de polícia estava presa numa sala, e seu marido, que é capitão da PM, todos os dias trabalhava e no final da tarde ia ficar cuidando da esposa presa, quantos os presos estavam soltos dentro da delegacia.
“Delegacia não é lugar para guardar preso. Para isso tem o sistema penitenciário. Investigador, escrivão e delegado de polícia tem que trabalhar para que os crimes sejam resolvidos. Faremos isso de hoje para amanha? Lógico que não! Isso é uma mentira. Nós não temos dinheiro para fazer tudo isso, mas vamos olhar essa área com um olhar diferenciado”, observa Pedro Taques.