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Índice de intenção de consumo sobe no País, mas cai em Cuiabá

Foto Ahmad Jarrah

Dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostram que a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu 33,2% em fevereiro, ante o mesmo mês de 2015. Na comparação com janeiro o índice avançou 1,6%. Apesar da tímida recuperação, o resultado reflete a crise econômica: o nível abaixo dos 100 pontos (78,7 pontos) indica a insatisfação da população brasileira com o cenário atual.     

Na média nacional, entre as famílias com renda abaixo de dez salários mínimos, a intenção de consumo cresceu 1,5% na comparação mensal, enquanto a elevação foi de 3,2% para o grupo com renda acima de dez salários mínimos. O índice das famílias mais ricas está em 81,9 pontos e o das demais em 78,2 pontos. 

Já em Cuiabá, a intenção de consumo caiu na comparação com o último mês, com o índice passando de 73,6 pontos para 69,1 pontos (-4,5 pontos). Na comparação com fevereiro do ano passado, a queda foi ainda mais acentuada, de 129,9 pontos para os atuais 69,1 registrados no mês corrente. Na média da região Centro-Oeste, foi verificado aumento de 3,1%.

Em um contexto geral, a confiança do consumidor parou de cair em janeiro passado e ensaia alguma melhora, embora com oscilações e na dependência de um quadro político e econômico mais estável. Com avaliações ainda muito desfavoráveis sobre a situação presente da economia e expectativas bastante pessimistas em relação aos próximos meses, ainda é precipitado falar em recuperação, devido ao desempenho decrescente das vendas do varejo.

Emprego

No ranking nacional por regiões, o Centro-Oeste teve o maior índice no quesito “segurança com o emprego atual”, de 3,5% (129,5 pontos) na comparação com o mês de janeiro. Na comparação com o mês de fevereiro de 2015, o índice recuou 1,7%, confirmando o já esperado decréscimo do nível de emprego. Na região Sudeste, que teve o pior resultado, a variação anual foi de menos 21,4%.   

No quesito “satisfação com o emprego atual”, o índice registrado em Cuiabá caiu de 111,8 pontos, em janeiro, para 106,9 pontos em fevereiro. O recuo foi ainda maior entre os trabalhadores que recebem até dez salários mínimos: de 110,3 para 104,5 pontos, de janeiro para fevereiro de 2016. 

Já no quesito “perspectiva profissional”, em que os entrevistados dizem se acreditam em alguma melhora profissional que possa ocorrer nos próximos seis meses, o índice geral caiu de 84,1 para 77,6 pontos do mês passado para fevereiro. Entre os trabalhadores com renda de até dez salários mínimos, o recuo foi ainda maior, de 82,6 para 74 pontos. Entre aqueles que recebem mais de dez mínimos, foi registrado aumento expressivo, de 98,3 pontos em janeiro, para 109,8 pontos em fevereiro. 

Renda

A “satisfação com a renda atual” aumentou entre os cuiabanos que recebem mais de dez salários, de 96,7 pontos no mês passado para 113,9 pontos em fevereiro. Já entre os que recebem salário inferior a dez mínimos, foi verificada queda de 81,2 pontos para 74 pontos na comparação mensal. 

Consumo atual

Com relação ao “consumo atual”, mais uma vez a taxa subiu entre os trabalhadores cuiabanos com maior renda, passando de 72,5 para 98,4 pontos entre janeiro e fevereiro. Entre as pessoas com renda menor, o índice caiu de 53,9 pontos para 49,2 pontos na capital mato-grossense. 

A “perspectiva de consumo” caiu dez pontos entre os de menor renda, passando de 62,5 pontos em janeiro para 52,5 pontos. Já entre os que têm salários mais elevados, a taxa subiu de 80 para 100,8 pontos. Na média geral entre ambos os entrevistados foi registrado recuo de 64,2 para 57,3 pontos no comparativo mensal. 

Bens duráveis

No quesito em que os participantes do levantamento avaliam o quão apropriado está o momento atual para a compra de bens duráveis, o índice caiu de 48,2 para 44,5 pontos, para a menor margem salarial. Entre os que recebem mais de dez mínimos, a intenção de adquirir os referidos produtos aumentou de 55 para 84,5 pontos.   

Sobre a pesquisa 

O IFC é um indicador antecedente que busca antecipar o potencial das vendas do comércio, avaliando diversos aspectos nos consumidores, tais como capacidade de consumo atual e de curto prazo, nível de renda doméstico, condições de crédito, segurança no emprego e qualidade de consumo presente e futuro. Todos os meses, 18 mil questionários são aplicados no levantamento. 

Expectativa de consumo 

O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) ficou praticamente estável em fevereiro na comparação com janeiro, com alta de apenas 0,1% no período. Contudo, o índice, que registrou 98,7 pontos neste mês, está 10% abaixo da média histórica. As informações são da pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira, 29 de fevereiro.

Conforme o documento, a manutenção do pessimismo sugere um período de demanda mais fraca nos próximos meses. Dos seis componentes do INEC, apenas dois apresentaram melhora: as expectativas em relação à inflação e ao desemprego. Enquanto houve aumento de 2,5% no indicador de inflação na comparação com janeiro, o índice de desemprego teve alta de 6,6%. Quanto maior o índice, maior é o percentual de pessoas que esperam queda na inflação e no desemprego.

Já a expectativa sobre a renda pessoal  recuou 1,8% no período, e em relação a compras de bens de maior valor ficou praticamente estável, com redução de 0,1% no indicador. O índice de endividamento teve queda de 4,2% em fevereiro ante janeiro, sinalizando consumidores mais endividados na comparação com os últimos três meses.

Thales de Paiva

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