Segundo o sargento Jerri Guimarães, o objetivo era não deixar o fogo atingir nem a Floresta Nacional nem a rede de alta tensão do local. “Como a vegetação é baixa, não tem risco, por enquanto, de [o fogo] atingir os cabos elétricos. Ou pelo menos não danificar”, afirmou Guimarães, às 16h.
O helicóptero usado no controle do incêndio tem capacidade para transportar mil litros de água; o avião, até três mil litros. Por volta das 16h30, os bombeiros anunciaram ter conseguido controlar o fogo, mas não havia uma estimativa da área queimada.
Guimarães disse que ainda é preciso vigiar a área por mais um tempo. “É o período de rescaldo, que vai de quatro a seis horas, para ter certeza de que o incêndio acabou”, afirmou.
De acordo com o sargento Antônio Marcos Soares, é difícil avaliar se o incêndio é natural ou provocado. “Nesta época de seca, não há como saber se [o fogo] é criminoso ou não”, disse.
Apagões
Queimadas em área de cerrado por onde passam fios de alta tensão já provocaram pelo menos dois apagões em Brasília. Em setembro de 2010, um incêndio no Parque Nacional deixou sem luz os prédios da Esplanada dos Ministérios, o Supremo Tribunal Federal (STF), embaixadas e o Palácio do Planalto.
Em outubro de 2012, outra queimada afetou linhas de transmissão entre as subestações Samambaia e Brasília Norte, que fica no Setor Militar Urbano. A falta de energia atingiu 70% do Distrito Federal – o equivalente a 560 mil consumidores, segundo a CEB – e provocou a paralisação do metrô e congestionamentos no trânsito, suspendeu serviços públicos e deixou parte da Esplanada dos Ministérios sem energia.
Investigação feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em uma amostra de 46 apagões registrados no país entre 2005 e 2012 aponta que um terço deles foi causado por fenômenos naturais, como ventos e raios, ou então por queimadas e vegetação alta que atingem as redes de transmissão de energia.
Como causas secundárias, em 63% dos casos, são apontadas falhas em equipamentos de proteção do Sistema Interligado Nacional (SIN), que é a rede de alta tensão que conecta todo o país e permite a troca de energia entre as regiões.
G1