No futuro, essas impressoras tridimensionais (3D) prometem transformar a indústria e o consumo em escala mundial.
No Brasil, os equipamentos, até então exclusividade de grandes indústrias para a criação de protótipos, já podem ser encontrados por R$ 3.500. Antes da queda de patentes que protegiam a tecnologia, custavam de R$ 60 mil a R$ 500 mil.
A impressão 3D permite reduzir custos no desenvolvimento de peças e produtos. Mais acessível, passa a beneficiar inventores e empresas de todos os portes.
"O preço das impressoras baixou a ponto de muitas empresas comprarem o equipamento sem análises de retorno sobre o investimento", diz Pete Basiliere, analista da consultoria Gartner.
Nas grandes indústrias, o benefício da "manufatura aditiva", nome técnico da tecnologia, está, principalmente, na aceleração do processo de inovação.
"É possível que um engenheiro finalize o desenho de um novo produto pela manhã e tenha um protótipo disponível à tarde", diz Basiliere.
REVOLUÇÃO
Especialistas afirmam que a popularização da fabricação sob demanda deve provocar, no longo prazo, uma revolução no sistema de produção industrial, por permitir uma "personalização em massa": obter, ao mesmo tempo, produtos únicos com a viabilidade da produção industrial em larga escala.
"Hoje, para fazer a produção de um item valer a pena, é preciso grandes volumes, além de maquinário e mão de obra especializada, o que exige investimento inicial alto", diz Eduardo Zancul, professor da engenharia de produção da Poli/USP.
De acordo com um estudo da empresa Terry Wohlers, especializada na área, cerca de 20% das impressões 3D criam produtos finais, prontos para o uso, e 80% são protótipos. Em 2020, a participação dos itens prontos para o uso nas impressões chegará a 50%, diz o estudo.
Se o modelo de "manufatura aditiva" decolar, analistas preveem impactos na geografia da indústria mundial e nas cadeias de distribuição e logística. Em vez de ser feito noutro país e importado, um produto poderá ser fabricado localmente.
A tendência seria capaz de promover o retorno da manufatura para os EUA e a Europa, diz Zancul.
"Esses mercados concentram consumidor com dinheiro e um grande número de projetistas e engenheiros."
–
Fonte: FOLHA.COM