Cidades

Houve distorção leviana do desfile nas redes sociais, diz presidente da Ampara

A repercussão do evento idealizado pela Ampara (Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção) teve início em dois posts no Facebook de críticas severas ao modelo de promoção da adoção por desfile. A partir de terça-feira (21) à noite, a polêmica se espalhou como fogo em palha seca.

 A presidente da entidade, Lindacir Rocha Bernadon, mãe adotiva, diz que os internautas que provocaram a “distorção” foram “levianos” e não têm “nenhum conhecimento” sobre o universo da adoção. Nas últimas 48 horas, ela concedeu entrevista a vários veículos de comunicação para tentar mitigar a ideia viesada do evento.

“Tem a gente achando que as pessoas poderiam sair do evento com criança a tiracolo. Isso é um absurdo. A nossa intenção é chamar a atenção para os adolescentes que estão sem adoção porque sempre são preteridos. E eles participaram do evento sob a autorização da Vara da Infância, tanto de Cuiabá quanto de Várzea Grande”.

Dezoito adolescentes participaram do desfile juntamente com treze famílias adotivas e que defendem o evento. Conforme Linda Rocha, eles permanecem nos abrigos por não ter um perfil de procura do gosto dos pretendentes de adoção.

“Nós queremos mostrar que é possível ter uma diversidade na construção familiar, e as famílias adotivas que participaram do evento tinham o objetivo que elas têm uma construção diversa. A adoção de bebê não precisa ser promovida porque há fila de espera, enquanto outros estão há à espera de uma família”.

Questionada sobre as críticas de exposição das crianças e de feridas emocionais, Linda Rocha contesta a versão e diz que os órfãos têm consciência de que não saíram do desfile com a adoção garantida.

“É mentira que as crianças são expostas, sofrem prejuízos emocionais. Eles sofrem de ficar anos e anos no recolhimento de abrigo e esperarem para serem adotadas e nunca serem escolhidas. Quem diz que estamos expondo as crianças não tem o mínimo de conhecimento sobre o universo da adoção”.

A presidente explica que o evento não exclui o trâmite legal para adoção, com a entrada dos pretendentes na lista de interessados e averiguação do perfil pela vara judicial competente. “É muito triste ver que pessoas que não entendem sobre o assunto, postar suas críticas em rede social e promover uma distorção deste tamanho, sendo que a adoção pouco é discutida publicamente”.

As críticas ao evento geraram petição online para que as entidades promovedoras do “Adoção na Passarela” se manifestassem e sejam impedidas de dar prosseguimento de ações semelhantes. O tom das críticas são sobre racismo, objetificação das crianças e exposição.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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