A parceria entre o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (SES/MT), e os ministérios da Educação (MEC) e da Saúde (MS) possibilitou a instalação do Programa.
A Residência Médica concede certificado (não diploma) aos médicos-residentes que cumprem o curso integralmente, assegurando o título de especialista. Os programas têm duração de dois anos para as áreas de Clínica Médica e Pediatria, e três anos para Ginecologia e Obstetrícia. Os seis médicos que ingressaram na residência iniciam ainda nesta segunda-feira as atividades.
O médico coordenador da Comissão de Residência, Wagner Marcondes, destaca que todo mundo vai ganhar com a estruturação da residência em Cáceres, principalmente a população, que terá à sua disposição um corpo clínico qualificado e, como isso, um atendimento ainda melhor. Outro benefício do programa é a fixação de médico na região. “Dados do MEC mostram que a tendência é os médicos ficarem nos locais onde fazem a residência médica”, pontua.
Wanessa Godinho, que é de Brasília, mas se formou em Cuiabá, foi uma das selecionadas para a residência em Clínica Médica. O desejo dela é concluir a especialidade e continuar no interior do Estado. Já Ademar Balbino mora em Cáceres e a possibilidade de se especializar em Ginecologia casou com os planos dele de continuar na cidade, sem ter que se deslocar para fazer uma especialização.
Em Cáceres, explica o coordenador, os residentes não vão trabalhar apenas no Hospital Regional, também exercerão suas atividades no Hospital São Luis – hospital filantrópico administrado pela Congregação Santa Catarina, que gere também o Hospital Regional -, onde existe estrutura e equipes para Obstetrícia de alto e baixo risco, além da experiência nas unidades básicas de saúde do município, os PSFs. Isso possibilitará intercâmbio de conhecimento e soluções, fortalecendo o programa, defende o médico.
“O residente também precisa ter a vivência em PSF, para estar em contato com a população não internada, tendo conhecimento das patologias que atingem moradores dessa região”, assim, completa o médico, estarão preparados para trabalhar com o Sistema Único de Saúde como um todo.
A Comissão Nacional de Residência Médica e o Ministério da Educação autorizaram a abertura de seis vagas para o Programa de Residência no Hospital Regional de Cáceres e a previsão para 2013 é abrir vagas também para cirurgia geral, uma grande demanda da região. Segundo Wagner, no Hospital Regional, por exemplo, é realizada uma média de dez cirurgias por dia.
Conforme explica o diretor o hospital, Idelvan Ferreira Macedo, a administração do hospital tem trabalhado para estruturar o programa de residência médica, fazendo adequações na parte física, como a criação de sala para estudo, e reestruturação das grades de horário.
Ensino e Pesquisa – A oferta da residência médica em Cáceres foi um importante pré-requisito para que Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) conseguisse abrir o curso de Medicina no município. O programa de residência também servirá como um suporte para os internos dos dois últimos anos da faculdade de Medicina, os quais vão contar com o auxílio e conhecimento dos médicos residentes e seus respectivos orientadores, além dos professores do curso.
Durante o anúncio de abertura da graduação, no dia 02 de março, o governador Silval Barbosa destacou que a inclusão do curso é a concretização de um o compromisso do plano de ações do Governo do Estado e que, junto com residência médica, vai melhorar ainda mais estrutura de atendimento, além de dar oportunidade àqueles que procuram a área médica.
Para o reitor da Unemat, Adriano Silva, a política do Governo do Estado de interiorizar a saúde, levando graduação em Medicina e especialização, é um decisão ousada, fundamental e responsável, pois vai proporcionar desenvolvimento do Estado e assim benefícios à população. Adriano também lembrou das vantagens de estreitar a relação entre a Unemat, a SES e o Hospital Regional, sendo a principal delas a transformação de Cáceres em um polo de saúde.
Na avaliação do deputado federal Pedro Henry, o governador Silval Barbosa entende que saúde não se limita a hospitais, mas também é ensino e pesquisa.
CAROLINE LANHI
Redação/Secom-MT