Cidades

Hospitais filantrópicos pedem socorro e param pela segunda vez no ano

Foto Ahmad Jarrah 

Atualizada: 08/11/2016 às 07h30 

Os quatro hospitais filantrópicos de Cuiabá (Santa Helena, Santa Casa, Hospital de Câncer e Hospital Geral Universitário) e a Santa Casa de Rondonópolis gritam por socorro pela segunda vez neste ano. As instituições acusam a prefeitura do município de não repassar R$ 14 milhões do Fundo Nacional de Saúde dos meses de agosto e setembro. Foram suspensos os atendimentos no ambulatório, internações para cirurgias eletivas e leitos de retaguarda, além das UTIs.

O SUS repassa aos hospitais cerca de 60% do custo do paciente, os outros 40% devem ser arcados pelos hospitais que não possuem esta capacidade. Sendo assim, foi proposto que o governo arcasse com esses 40%, que segundo os diretores, sanaria as dividias e possibilitaria a estabilidade financeira que tanto necessitam. Segundo os hospitais, a Secretaria Estadual de Saúde está devendo R$ 7 milhões de repasses atrasados para Cuiabá. Além disso, precisa formalizar (por meio de calendário), a finalização do custeio mensal dos R$ 3,6 mi dos déficits mensais.

As instituições acusam o governador Pedro Taques de não “honrar as responsabilidades” assumidas em reuniões. O pagamento foi suspenso em março deste ano, sem explicação e até o momento ninguém se dispostos a explicar os motivos, segundo os diretores. 

A tabela do Fundo Nacional de Saúde (FNS), destinada ao bloco de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar, mostra que as duas parcelas referentes aos meses de agosto, setembro e outubro já estão no Fundo Municipal Único de Saúde de Cuiabá. A Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas de Mato Grosso (Fehosmt) alerta que, caso a verba não seja repassada às entidades em caráter emergencial, os hospitais fecharão as portas. 

Para alertar ao problema, os quatro hospitais paralisaram suas atividades eletivas nesta segunda-feira (07). “Infelizmente, pode chegar o momento de cerrarmos as portas do Hospital Santa Helena. Estamos na porta da falência das instituições de Mato Grosso, e eu me envergonho”, diz o diretor do Hospital Santa Helena, Marcelo Sandrin.

Além da falta de repasses, há ainda o problema da defasagem da tabela SUS para os hospitais – segundo os diretores o maior problema enfrentado pelos hospitais. Mesmo que o Munícipio pague o que deve às entidades, sem a correção da tabela SUS, elas ainda continuarão em um mar de dívidas.
“Se os hospitais filantrópicos não receberem um aumento dos seus vencimentos mensais, para prestar seus serviços, eles estão falidos. Já. Daqui mais um ou dois meses”, diz o diretor do Hospital Santa Helena. 

Juntos, os cinco hospitais, possuem um déficit diário de R$ 120 mil e por conta do não repasse do dinheiro, salários de médicos e funcionários, além de fornecedores não estão sendo pagos.

A presidente da Fehosmt, Maria Elisabeth Meurer, ainda denuncia: “Os hospitais filantrópicos recebem uma vez os valores da tabela SUS e os incentivos que o Governo Federal vem apensando para não dar aumento. Se você olhar, hospitais públicos, privados e hospitais de outras cidades, esses valores sobem de três a cinco vezes a tabela do SUS para o mesmo serviço”.

Em nota o Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCanMT) informou que atenderá a partir desta quarta-feira (09) apenas os casos de urgência e emergência, paralisando os atendimento ambulatoriais, internações, cirurgias, agendamentos, bem como o recebimento de novos pacientes nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). 

Catia Alves

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