A produção faz parte do projeto “Educando com a Horta Escolar e a Gastronomia”, da Secretaria Municipal de Educação. Segundo Edilaine Silva, responsável pelo projeto, o trabalho é interdisciplinar, ou seja, todas as disciplinas estão inseridas no projeto.
“A rede municipal possui atualmente 39 escolas com o projeto de horta, algumas em fase inicial e outras em fase mais adiantada. As demais escolas da rede municipal estão em fase de implantação e num prazo de 30 dias estarão em produção também”, informa Edilaine.
Os alunos aprendem em sala de aula as técnicas de plantio, manejo do solo e o cuidado com as plantas e depois observam na prática como funciona a produção de uma horta, tendo contato direto com o meio ambiente. “Nesse projeto nós priorizamos a sustentabilidade”, observa Edilaine.
Um bom exemplo dessa atividade e que deu certo está na Escola Municipal de Educação Básica Professora Joana Dark da Silva, do bairro Real Parque. Na horta, feita com garrafas pets, é produzida uma infinidade de verduras e legumes, como rabanete, beterraba, cenoura, alface, rúcula, cebolinha, coentro, salsa, almeirão, pepino, tomate, mandioca, açafrão, além de ervas medicinais.
Já no pomar é possível encontrar manga, pequi, banana, acerola, limão, goiaba, coco e jabuticaba.
Mas a produção da escola não se resume apenas à horta e ao pomar, a unidade foi mais adiante e possui também um pequeno aviário, para criação de galinhas e frangos. A partir dessa produção os alunos também contam com uma alimentação a base de ovos e carne fresca.
Segundo a diretora Inês Walker Ehrenbrienk, a escola possui uma área de 2,5 mil metros quadrados, suficiente para manter a horta, pomar, galinheiro e até mesmo um espaço para compostagem (reciclagem do lixo orgânico).
“Toda essa área era só mato, o que contribuía para o aparecimento de animais peçonhentos, como cobras e aranhas. Agora nossos alunos não correm mais esse risco”, disse a diretora. A escola também aproveitou parte do terreno para construir um campinho de futebol para os alunos.
A diretora explica que a horta abastece toda a cozinha da escola e as sobras dos alimentos, como casca, talos e folhas, acabam sendo reaproveitados.
“A nossa produção é um ciclo. Sustentamos o galinheiro com folhas e talos de verduras e frutas e é dele que tiramos o esterco para a horta. As folhas do pomar também são usadas como adubo. É um processo mais lento, mas sem dúvida é mais saudável, pois não temos nenhum tipo de produto químico em nossos alimentos”.
Para esse trabalho, a escola conta com a ajuda de dona Josefa Rita da Conceição, uma das articuladoras do programa Mais Educação. Ela cuida da horta, pomar e do aviário de uma forma muito especial. Com sua simplicidade, dona Josefa ensina para os alunos tudo que sabe sobre lidar com a terra.
“Todo o meu conhecimento eu tento passar para as crianças. Elas estão aqui para aprender e enquanto têm uma ocupação estão guardadas e protegidas da rua e dos perigos lá de fora”, observa dona Josefa.
A escola Joana Dark possui 383 alunos da Educação Infantil e do 1° ao 3° ano, com idade entre 4 e 8 anos. Todos eles participam do projeto e colocam a mão na massa, ou melhor, na terra.
A diretora conta que a escola incentiva à criança a fazer seu próprio lanche, usando os alimentos saudáveis. Eles fazem sanduiches naturais, usando a folha de alface, tomate, cenoura ralada, tudo da própria horta. Preparam também suco de beterraba e de cenoura. “A criança percebe que pode ter uma alimentação saudável e gostosa, mesmo descartando o refrigerante e os salgadinhos”.
Miguel Felipe Lemos, 7 anos, diz que depois que aprendeu sobre os alimentos saudáveis não os dispensa mais durante as refeições. “Agora eu como toda a salada e ainda peço mais”.
Para boa parte dos alunos o mais gostoso de tudo isso é poder ter o contato com a terra e com o meio ambiente. O aluno Mario Neto conta que já aprendeu direitinho como prepará-la antes de plantar. “Tem que fofar e molhar a terra para depois plantar a alface e a beterraba”.
O projeto é desenvolvido a partir da cooperação técnica entre o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação (FNDE/MEC) e o Centro de Excelência em Turismo (UnB/CET).
Da Assessoria