Um homem foi condenado a 14 anos e 10 meses de reclusão pelo Tribunal do Júri de Cuiabá por tentar matar a ex-companheira e por submetê-la, durante anos, a violência psicológica marcada por humilhações, ameaças e manipulação emocional. O julgamento ocorreu na segunda-feira (1º), e o réu, Felipe Moraes da Silva, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado, além de ter sido condenado ao pagamento de 30 dias-multa.
O Conselho de Sentença reconheceu que o feminicídio só não se consumou por circunstâncias alheias à vontade do acusado. Os jurados também consideraram que o crime foi cometido por motivo fútil e motivado pela condição de sexo feminino da vítima, caracterizando violência doméstica e familiar. A acusação foi conduzida pelo promotor de Justiça Vinícius Gahyva Martins.
Conforme a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Mato Grosso, o crime ocorreu em abril deste ano. Felipe atraiu a vítima para um local isolado, alegando que queria conversar sobre o filho do casal, e tentou matá-la por enforcamento e com um golpe de faca no pescoço. A mulher só sobreviveu porque um morador da região ouviu os gritos e interveio, impedindo a consumação do assassinato.
As investigações revelaram que o casal manteve relacionamento por seis anos e teve um filho. Embora estivessem separados havia dois anos, o acusado não aceitava o fim do relacionamento e adotava comportamento agressivo e controlador. A vítima relatou episódios repetidos de violência psicológica, física e moral.
Segundo o Ministério Público, Felipe utilizava o próprio filho como instrumento de coação e manipulação emocional, aumentando o sofrimento da mulher e reforçando o ciclo de violência. A condenação, segundo a acusação, representa um passo importante para garantir a responsabilização do agressor e reforçar o combate ao feminicídio e à violência contra a mulher em Mato Grosso.
