Antônio Anderson Ferreira Lima, responsável pela morte de uma agente de saúde e por esfaquear uma médica, foi diagnosticado com esquizofrenia. Perícia técnica foi realizada no final de janeiro, mas documento veio à tona nesta segunda-feira (15).
Segundo o laudo, assinado por profissional da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), Antônio sofre com delírios em um quadro mental que o tornava incapaz de entender os crimes que cometeu na época dos fatos.
Conforme noticiado pela reportagem, Antônio matou a agente de saúde Regy Rouse de Oliveira, 51, e esfaqueou a médica Jaqueline Matos da Croce, 31, que estava grávida de 4 meses em agosto de 2022.
Ao longo do laudo, um dos trechos cita partes da conversa de Antônio com os peritos em que ele saber que "os funcionários que agrediu eram agentes disfarçados que queriam prejudicá-lo".
No diálogo, Antônio conta ainda que está sendo perseguido desde o período em que morou no estado do Pará. Os perseguidores, identificados como "as pessoas governo [sic]" supostamente estariam estudando seu cérebro e fazendo dele "uma cobaia". Relato da mãe também é descrito no laudo.
Aos peritos, a mulher relata que o filho apresenta alterações no comportamento há anos, com quadros de delírio. "Ele ficava com muito medo e com paranoia das pessoas", contou a mulher.
Diante da situação, a perícia identificou o histórico de Antônio como sendo o de uma pessoa que possui esquizofrenia paranoide, sugerindo inclusive tratamento psicológico.
"Sugiro que, no momento atual, seja realizado tratamento do periciando em regime de internação (Hospital de Custódia). Periciando ainda apresentando muitos sintomas psicóticos que alteram seu comportamento e podem ser responsáveis por outros comportamentos desviantes", diz trecho do documento.
O crime
Assassinato ocorreu no dia 25 de agosto de 2022 em um Posto de Saúde da Família (PSF). Na data, Antônio foi à unidade de saúde aguardou para ser atendido pela médica com uma faca escondido sob a bermuda.
Ao entrar na sala, avançou contra a profissional com 4 facadas, mas fugiu do local após ser atingido por uma cadeira jogada por uma terceira pessoa que flagrou a situação. No caminho da saída, encontrou a agente de saúde no corredor e também a golpeou.
Em dezembro do ano passado, a Defensoria Pública do Estado requereu ao juiz da 1ª Vara Criminal de Primavera do Lestes, Alexandre Delicato Pampado, a realização de exame psicológico, que foi concedida pelo magistrado.
