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Homem é preso por suspeita de matar namorada e simular acidente de carro em MG

Um homem de 43 anos foi preso na segunda-feira, 15, suspeito de matar a namorada, de 31, e simular um acidente de trânsito em Minas Gerais. O caso ocorreu na manhã de domingo, 14, na rodovia MG-050, próximo ao município de Itaúna, onde o carro em que o casal estava colidiu contra um ônibus de turismo.

Inicialmente, a morte de Henay Rosa Gonçalves Amorim foi registrada como decorrente do acidente. O suspeito, Alison de Araújo Mesquita, sofreu ferimentos leves, recebeu atendimento médico e fugiu do hospital após recusar internação. Ele foi preso durante o velório da vítima, em um cemitério do município. A defesa afirma que Alison é “vítima de um trágico acidente”.

As investigações começaram após a denúncia de uma atendente de pedágio, por onde o veículo passou pouco antes da colisão. Segundo a funcionária, a vítima estava desacordada no banco do motorista, enquanto o companheiro, no banco do passageiro, conduzia o carro ao alcançar o volante.

“Mesmo alertado, ele recusou ajuda e seguiu viagem”, afirmou o delegado Flávio Destro, chefe do 7º Departamento da Polícia Civil. Pouco depois, ocorreu a colisão. A partir das imagens e do relato, a família acionou a polícia, que deu início às apurações.

Durante a investigação, a Polícia Civil identificou inconsistências entre a dinâmica do acidente e as lesões da vítima, indicando que ela já estaria morta antes da batida, o que levou à reclassificação do caso como feminicídio. O casal morava no bairro Nova Suíça, em Belo Horizonte, e mantinha um relacionamento havia cerca de um ano.

Segundo os investigadores, o suspeito teria colocado a vítima no banco do motorista e provocado a colisão do veículo contra o ônibus.

O médico-legista Rodolfo Ribeiro afirmou que o laudo de necropsia reforçou a hipótese de simulação do acidente. O exame indicou que a morte pode ter ocorrido antes da colisão, possivelmente por estrangulamento, além de apontar lesões compatíveis com traumatismo craniano.

“Na análise inicial, realizada com a informação de acidente de trânsito, foram identificados hematomas na região frontal e hemorragia encefálica. Com a nova suspeita, um exame mais detalhado revelou sinais de asfixia por constrição cervical externa, evidenciados por alterações hemorrágicas na região do pescoço”, explicou o legista.

Inicialmente, o empresário teria negado o crime, afirmando que a companheira teria passado mal dentro do veículo. Depois, ele teria confessado o feminicídio e apresentado sua versão dos fatos, diz a polícia. A defesa negou que Alison tenha confessado o crime.

Em depoimento, segundo a polícia, Alison teria relatado que o casal discutiu na noite anterior, no apartamento onde moravam, e, durante a viagem, a vítima teria passado a agredi-lo. Ele teria alegado que se defendeu empurrando a companheira e que, após novas discussões, pressionou o pescoço dela com o braço e uma das mãos, deixando-a desacordada. Segundo ele, a vítima teria acordado e assumido a condução do veículo até ocorrer a colisão.

“Diante de todos os elementos reunidos, imagens, depoimentos e laudos periciais preliminares, ficou demonstrado que a morte ocorreu antes do acidente e que houve a tentativa de simular uma colisão contra um ônibus para mascarar o crime”, afirmou o delegado João Marcos do Amaral Ferreira. Celulares e outros materiais foram apreendidos e passarão por perícia.

Estadão Conteudo

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