Opinião

Histórias de carnaval

Um cachorro contando o dia a dia de uma escola de samba cujo título do enredo é "A história de Dona Baratinha". Isto só poderia estar em um livro para crianças! E no total bom sentido. Em A Escola do Cachorro Sambista, o autor Felipe Ferreira, que é coordenador do Centro de Referência do Carnaval da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e já havia escrito também três livros sobre o assunto, apresenta os detalhes e o dia a dia de como se coloca uma escola de samba na avenida com humor, informação, no tom que as crianças irão se divertir.  

Por meio de Sambista, um simpático cachorro que mora em uma quadra de escola de samba – para ser mais preciso, falo da escola Unidos do Batuque! – Felipe mistura ficção e fatos históricos sobre a história do samba no Brasil e os grandes atores. É uma boa leitura para recuperarmos o valor cultural do samba brasileiro. 

O melhor não está no detalhe: todo o livro ganha ainda mais cor, ritmo e diversão nos traços inconfundíveis de Mariana Massarani, premiada ilustradora de livros para crianças (e que, confessa: adora a folia do Carnaval). 

Em Histórias de Carnaval (2008), o organizador da antologia reúne seis contos de alguns dos nossos maiores escritores: “Um dia de entrudo”, de Machado de Assis; “O último entrudo”, de Raul Pompéia; “O meu carnaval”, de Lima Barreto; “O bebê de tarlatana rosa”, de João do Rio; “Uma senhora”, de Marques Rebelo; e “Restos do carnaval”, de Clarice Lispector. Essas histórias nos permitem acompanhar momentos da trajetória do carnaval no Brasil. É uma boa oportunidade para pensarmos em como essa festa adquiriu uma feição tão brasileira e se tornou emblemática da miscigenação e de nossa identidade cultural.

 

Rosemar Coenga

About Author

Rosemar Coenga é doutor em Teoria da Literatura, apaixonado pela literatura de Monteiro Lobato e semanalmente escreve a coluna Ala Jovem no Circuito Mato Grosso.

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