O prefeito Fernando Haddad (PT) vetou a lei que regulariza o táxi compartilhado na cidade de São Paulo. Aprovada no final do ano pela Câmara dos Vereadores, projeto de lei previa tarifa dividida entre no mínimo dois passageiros (no máximo quatro) e rotas pré-definidas.De acordo com as razões do veto, publicadas no "Diário Oficial da Cidade de São Paulo" deste sábado (10), compartilhar táxis poderia trazer de volta o modelo de lotações dos anos 90. "No final da década de 90, grande parte dos táxis-lotação transformaram-se em 'vans de lotação', muitas delas clandestinas, as quais, em razão da similaridade decorrente de linhas e trajetos predefinidos, acabaram por competir com o sistema regular de transporte coletivo, não tendo tal modalidade se mostrado eficaz à otimização dos serviços de táxi nem tampouco ao aprimoramento das condições de mobilidade urbana", diz o texto.
De acordo com o projeto de lei aprovado pelos vereadores, as linhas criadas para circularem no sistema compartilhado deveriam operar de segunda a sábado, das 6h às 24h, com algumas exceções. A rota teria como ponto de partida as estações de Metrô, de trens da CPTM, terminais de ônibus e ferroviários e demais polos geradores, como centros comerciais e shopping centers. A distância máxima prevista a ser percorrida durante as viagens é de 10 km. A adesão dos taxistas ao sistema seria feita de forma voluntária e através de cadastro prévio dos motoristas que preferencialmente já atuem na região.
Para a Prefeitura, o compartilhamento de táxi "desvirtua características essenciais do transporte individual de passageiros, especialmente a flexibilidade de itineráriose a equivalência da tarifa cobrada conforme o valor apontado no taxímetro, aproximando-o, ao revés, das categorias do transporte coletivo, a indicar que a instituição da medida poderepresentar um retrocesso à competição com os serviços do Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros na Cidade de São Paulo".Quando aprovada na Câmara, o autor do projeto, vereador Ricardo Young disse que o objetivo era "incentivar o uso do táxi como transporte público"."Já que circulam nos corredores de ônibus, os táxis devem ser melhor aproveitados, com custo mais baixo para a população", disse Young.
G1