A receita para custeio de atividades em Mato Grosso se mantém, em média, quatro vezes abaixo da receita para despesas obrigatórias há quase uma década. Segundo o secretário de Fazenda, Rogério Gallo, em 2018, os gastos com folha de salários ficou em R$ 13,97 bilhões e a receita de custeio em R$ 3 bilhões.
“Nos últimos oitos anos, por conta de leis aprovadas de forma sem responsabilidade fiscal, sem estudo de impacto orçamentário financeiro, se priorizou o crescimento dessas despesas obrigatórias e esmagou o custeio. No ano passado foi gasto R$ 13,97 bilhões com o pessoal e encargos, e se gastou R$ 3,5 bilhões com despesas, ou seja, quatro vezes menos”, disse ele em entrevista à rádio Capital FM .
O secretário afirma que a situação era equilibrada até 2010, o último ano do governo Blairo Maggi (PP), com exercício de dez meses de mandato por Silval Barbosa (sem partido). A situação se complicou nos anos seguintes, quando o Estado foi administrado novamente por Silval Barbosa (2011-2014) e pelo tucano Pedro Taques (2015-2018).
“Até 2009, 2010 o que se gastava com o pessoal era o mesmo que se gastava com o custeio da maquina pública, que são todos os serviços que chegam na ponta para o cidadão. Hoje, Mato Grosso tem a menor relação de gastos com a máquina no País. É algo que preocupa”.
Na semana passada, o governador Mauro Mendes afirmou, em entrevista, que a folha salarial e o rombo da Previdência, estimado em R$ 4,5 bilhões para este ano, são os principais fatores que levaram à situação de crise financeira do Estado.
“Nosso estoque de dívida é pequeno, nós não temos dívida grande nem mesmo com a União. A previsão orçamentária para este ano é acima de R$ 19 bilhões, a dívida não chega a R$ 10 bilhões. O que acontece com Mato Grosso é a elevação do gasto com pessoal e o déficit da previdência”, disse ele à Globo News.
Ao longo de seu governo, Pedro Taques afirmava que cumpria pagamentos negociados por seu antecessor. Seriam dívidas respaldadas por lei tanto de empréstimo para obras da Copa do Mundo de 2014 quanto com pessoal, como a RGA (Revisão Geral Anual) e aplicação do plano de carreiras e cargos.