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Grupo envolvido em sequestro e extorsão de comprador de milho é alvo de operação; 6 foram presos

Uma organização criminosa envolvida nos crimes de roubo majorado e extorsão qualificada foi desarticulada nesta sexta-feira (20), com a deflagração da Operação Árpagas. A força tarefa realizada pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Várzea Grande cumpriu 6 mandados de prisão preventiva, 20 buscas e apreensão e um sequestro do veículo utilizado no assalto a um representante comercial do Rio Grande do Norte. A vítima foi raptada ao chegar em Mato Grosso, onde negociaria sacas de milho.

A vítima relatou na delegacia que viu um anúncio em rede social sobre a venda de saca do milho pelo valor de R$ 33, em uma fazenda no interior do estado. O anunciante teria direcionado a finalização da venda a seu suposto patrão e proprietário da fazenda, que providenciaria o transporte da vítima até a sua propriedade em um veículo teria a identificação da fazenda.

Na data combinada, uma pessoa em um Fiat Mobi foi até o hotel onde a vítima estava hospedada, próximo à rodoviária de Cuiabá, e a levou até uma casa, em uma estrada de chão, em Várzea Grande, onde foi mantida em cárcere privado, sob a mira de armas de fogo, por dois criminosos que lhe roubaram seu aparelho celular, dinheiro e roupas. Ainda sob ameaça, os criminosos obrigaram a vítima a intermediar com duas empresas no Rio Grande do Norte a aquisição de sacas de milho.

Em um primeiro momento, a vítima foi coagida a usar seu próprio telefone para falar com o representante da empresa para que comprasse 400 sacas de milho, a 75 reais a unidade, e solicitar um adiantamento de R$ 20 mil, que deveria ser depositado em uma conta fornecida pelos criminosos. Na sequência, a dupla obrigou a vítima a entrar em contato com outra empresa, também do RN, para que comprasse 250 sacas de milho e pedir o adiantamento de  R$ 18.750 mil.

Naquela ocasião do sequestro e roubo, um dos envolvidos foi preso em flagrante pela equipe da Derf de Várzea Grande. Com o desenrolar da investigação, a Polícia Civil identificou todos os participantes da ação criminosa que se associaram de forma estruturalmente ordenada, com distribuição de tarefas entre os membros.

Uma mulher foi identificada como o “caixa” da organização criminosa. As quantias extorquidas da vítima foram depositadas em sua conta. Na sequência, ela distribuiu o dinheiro a outro comparsas do grupo criminoso.

A investigação apontou também quem emprestou o Fiat Mobi, a pessoa que emprestou a casa onde a vítima foi mantida em cativeiro e os que se beneficiaram dos valores extorquidos da vítima e elencou ainda o papel do líder da ação criminosa, que planejou e executou o roubo e a extorsão. A Derf de Várzea Grande chegou ainda a outros investigados, moradores do estado do Acre, que tiveram a função de arregimentar outras pessoas para emprestarem as contas bancárias para receber os valores extorquidos.

O delegado Alexandre Nazareth explica que a investigação permitiu identificar os papeis de cada criminoso, entre eles os dois principais executores da ação, como o criminoso, que foi o pseudonegociador de grãos na internet, e aquele que foi o motorista do bando.

“Foi um deles quem providenciou a arma de fogo, o veículo, arregimentou comparsas, o adesivo com a rubrica da propriedade rural, tudo visando garantir o resultado promissor do evento criminoso e prestou contas do que fazia ao criminoso que foi o negociador falso dos grãos”, observou o delegado.

Mandados

As ordens judiciais decretadas pela 2ª Vara Criminal de Várzea Grande foram cumpridas em endereços nas cidades de Várzea Grande, em Cuiabá e Rio Branco (AC). Até o momento foram cumpridos cinco mandados de prisão, dos seis expedidos.

Os cumprimentos dos mandados contaram com apoio operacional da Delegacias das Regionais de Cuiabá e Várzea Grande, Gerência de Operações Especiais e Ciopaer. 

João Freitas

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