Política

Grupo Bipar nega que mantenha trabalhadores escravos em Cacoal

Por meio de nota à imprensa, o Grupo Bipar negou a denúncia do Ministério Público do Trabalho de Rondônia (MPT-RO) de que estaria mantendo funcionários em condições análogas a de escravos em uma de suas frentes de trabalho em Cacoal-RO.  A assessoria de imprensa do grupo rebateu as acusações e disse que as condições encontradas no local foram intencionalmente provocadas por um grupo de trabalhadores demitidos.

Segundo informação do MTP-RO a empresa Mavi Engenharia (que integra o grupo formado pelas empresas Bipar energia S.A., Bipar Investimentos e Participações S.A. e Bimetal Indústria Metalúrgica Ltda.) teria 230 trabalhadores em condições deploráveis de trabalho.

Conforme a nota do Grupo Bipar, que tem como sócio o prefeito Mauro Mendes (PSB), nenhum dos quatro canteiros de obra mantidos pela Mavi nas cidades de Comodoro (MT), Cacoal, Ji-Paraná e Ouro Preto (RO) “há qualquer condição degradante, tampouco ‘trabalho análogo ao de escravo’, o que torna o noticiário sobre o assunto rigorosamente inverídico”, disse trecho da resposta.

Além disso, conforme disse a empresa, o local foi encontrado em condições adversas pois foi ‘atacada’ por um grupo de trabalhadores demitidos recentemente.  “O que houve foi uma manifestação hostil por parte de um grupo de trabalhadores demitidos que ainda não receberam suas rescisões contratuais. Portanto, as condições do alojamento encontradas pelo MPT e divulgadas pela imprensa não correspondem ao estado normal dos alojamentos, mas foram provocadas pelas manifestações violentas de parte dos trabalhadores”.

Entenda

A empresa Mavi engenharia que integra o grupo Bipar, onde o prefeito Mauro Mendes (PSB) é um dos sócios, foi denunciada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) no estado de Rondônia. Segundo consta no processo de número 0001983-71.2014.5.14.0041 a Mavi (que integra o grupo formado pela Bipar energia S.A., Bipar Investimentos e Participações S.A. e Bimetal Indústria Metalúrgica Ltda.) mantinha 230 funcionários no município de Cacoal, em condições análogas a escravidão.

De acordo com a decisão cautelar da magistrada, os trabalhadores são naturais de outros Estados e foram para Rondônia pois acreditavam que a empresa ofereceria condições mínimas de dignidade habitacional e higiene. Por isso deixaram suas famílias, tudo que tinham, para tentar uma nova vida nesta cidade de Cacoal. Assim, sem recursos para o retorno dificilmente reencontrarão seus entes familiares.

Veja nota na integra:

Grupo Bipar nega ‘condições degradantes’ e ‘trabalho análogo a trabalho escravo’

Diante de notícias veiculadas pela imprensa de Mato Grosso e Rondônia acerca de uma vistoria do Ministério Público do Trabalho (MPT) a um dos canteiros de obra que a empresa Mavi Engenharia, do Grupo Bipar, mantém entre os dois estados para a execução de uma Linha de Transmissão de Energia, o Grupo Bipar vem a público esclarecer o que segue:

01)Em nenhum dos quatro canteiros de obra mantidos pela empresa nas cidades de Comodoro (MT), Cacoal, Ji-Paraná e Ouro Preto (RO) há qualquer condição degradante, tampouco “trabalho análogo a trabalho escravo”, o que torna o noticiário sobre o assunto rigorosamente inverídico.

02)O que houve foi uma fiscalização do MPT no canteiro de Cacoal, porém, em seguida a uma manifestação hostil por parte de um grupo de trabalhadores demitidos que ainda não receberam suas rescisões contratuais. Portanto, as condições do alojamento encontradas pelo MPT e divulgadas pela imprensa não correspondem ao estado normal dos alojamentos, mas foram provocadas pelas manifestações violentas de parte dos trabalhadores.

03)As referidas manifestações, inclusive, resultaram em ações de vandalismo que provocaram danos aos alojamentos, sendo que os trabalhadores mais hostis impediram a empresa terceirizada contratada para realizar a limpeza e higienização dos dormitórios e sanitários, além de destruição de outros equipamentos da empresa, resultando nas condições encontradas pelo MPT. As ações ilegais dos trabalhadores já foram devidamente informadas à Polícia, por meio de Boletim de Ocorrência.

04)A empresa informa que paga os salários dos seus trabalhadores até o quinto dia útil de cada mês, inclusive horas-extras, e ainda oferece benefícios como alimentação, alojamento, ticket alimentação e passagens e ajuda de custo, para que os trabalhadores não residentes no município possam visitar suas famílias.

05)A propósito, a empresa já teve canteiros desta mesma obra fiscalizados e não foi encontrada nenhuma desconformidade semelhante ao noticiado, sendo que todos os canteiros obedecem ao mesmo padrão.

06)Para resolver em definitivo a situação trabalhista dos operários que ainda estão nos quadros da empresa, bem como os que foram desligados, a Mavi aguardava o julgamento de Ação Coletiva ingressada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil do Estado de Rondônia, junto à Justiça do Trabalho daquele Estado, porém, a Justiça só marcou a primeira audiência para esta terça-feira, dia 27 de outubro.

07)Cabe, ainda, esclarecer que não houve bloqueio de recursos da Mavi no valor de R$ 5 milhões, conforme noticiado. A bem da verdade, houve dois bloqueios, sendo um de R$ 5 milhões das contas da Linha Verde Transmissora de Energia S.A. (LVTE), detentora do contrato junto a Aneel, e outro no valor de R$ 2 milhões do Grupo Bipar, e não da Mavi. Sendo que, parte destes recursos já foi liberado e o restante será por força da Lei de RJ.

08)A empresa lamenta, ainda, o fato de não ter sido notificada pelo MPT antes da divulgação do resultado preliminar da vistoria, e aguarda pela oportunidade de demonstrar que cumpre rigorosamente a legislação trabalhista e que trata seus colaboradores com dignidade e respeito.

Empresa de Mauro Mendes é denunciada por trabalho escravo

 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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