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Gripe aviária: exportações de frango do Brasil estão suspensas também para Uruguai e Chile

Além da China, União Europeia (UE) e Argentina, as exportações de carne de aves e subprodutos do Brasil estão suspensas também para Uruguai e Chile, informou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, ao Broadcast Agro.

Ao todo, os embarques do frango brasileiro de todo o território nacional atingem cinco países, após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária (influenza aviária de alta patogenicidade) em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. As suspensões temporárias dos embarques estão previstos nos protocolos sanitários acordados entre o Brasil e os parceiros comerciais.

“Todos os quase 150 países para os quais exportamos aves e derivados foram notificados da ocorrência do caso assim que o foco foi confirmado”, explicou Rua, em entrevista ao Broadcast Agro.

Segundo o secretário, a suspensão mais recente é para o Chile. O país comunicou há pouco o governo brasileiro da suspensão temporária das compras de frango de todo o País. Mais cedo, o Uruguai também comunicou o ministério sobre a suspensão, bem com a Argentina. A União Europeia respondeu ao Brasil que, em virtude da alteração no status sanitário do País perante à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), esperava a pausa na certificação dos embarques pelo País, segundo o secretário.

Já no caso da China, principal destino do frango brasileiro, o protocolo determina que, em caso de enfermidade de notificações obrigatórias, como a gripe aviária, haja suspensão imediata das certificações das exportações pelo país.

“Comunicamos a China que respeitamos o protocolo acordado, o que significa a suspensão dos embarques desde 15 maio”, afirmou o secretário.

Há expectativa que a Agricultura e a Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) se manifeste quanto ao tema na noite de domingo no Brasil (manhã de segunda-feira no horário local), em virtude de o comunicado ter sido enviado na manhã de ontem, noite de sexta-feira na China, quando os órgãos públicos chineses já haviam encerrado expediente para o fim de semana.

Outros acordos também preveem a restrição à certificação para exportação de produtos de todo o território brasileiro em ocorrência de gripe aviária, caso da Coreia do Sul, do México e da Rússia. Esses países ainda não responderam ao comunicado do Brasil, segundo Rua. “A tendência é que também haja suspensão neste primeiro momento”, observou. Argentina e Uruguai, por sua vez, possuem acordos de regionalização dos embargos com o Brasil, embora tenham suspendido as compras de frango de todo o País.

Na avaliação do secretário, as suspensões totais às exportações de carne de aves e derivados do Brasil são temporárias e tendem a se reverter em embargos regionais, ou seja, restritos ao raio de 10 quilômetros de onde o caso foi detectado, ao município de Montenegro ou ao Estado.

“Cada caso é um caso. Muitos países suspendem o Brasil como um todo como medida de precaução inicial. Quando veem que o caso está contido e recebem mais informações, eles migram para regionalização de raio, município ou Estado. Como estamos cumprindo os procedimentos corretamente, notificamos a OMSA, comunicamos os países e estamos adotando medidas sanitárias necessárias, acreditamos que logo devem caminhar para regionalização”, prevê o secretário.

Ele lembrou que uma situação semelhante ocorreu no ano passado quando o Rio Grande do Sul detectou um caso da Doença de Newcastle. “Já temos um comitê instalado de gestão para atender as demandas dos países e, assim, vamos recuperar parcialmente ou totalmente os fluxos comerciais”, pontuou.

O prazo para a flexibilização das suspensões pelos países parceiros vai depender, segundo Rua, da decisão de cada país e do andamento do foco de gripe aviária A regionalização dos embargos, contudo, não depende da conclusão do foco, contabilizado em 28 dias após a desinfecção do local afetado.

“No caso da Newcastle, a China regionalizou a suspensão restringindo ao Rio Grande do Sul em 25 dias. Esperamos a flexibilização também da UE, que segue o que preconiza a OMSA”, comparou. “É importante acompanhar a evolução do caso, encerrar o foco e cumprir todos os procedimentos necessários para retomar o status de livre de gripe aviária no plantel comercial. Iremos fornecer as informações solicitadas e esperamos que isso seja revertido de maneira célere pelos países”, antecipa Rua.

O Brasil é o maior produtor e exportador de frango do mundo, responsável por 35% do comércio mundial da proteína. Rua destacou que a demanda mundial pela carne de frango brasileira está aquecida, já que os principais players estão com plantéis atingidos pela gripe aviária.

“O mundo está comprando 9% mais frango do Brasil neste ano com preços maiores em relação ao ano passado, mostrando a forte demanda”, apontou. Segundo o secretário, no ano passado, mesmo com a gripe aviária em seu território, os Estados Unidos exportaram 3,3 milhões de toneladas de frango, enquanto a Polônia pode manter embarques para a UE. “O mundo está se acostumando com essa situação.” Ele esclareceu que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos.

Estadão Conteudo

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