Invasões de terra na região da cidade de Cotriguaçu (991 km de Cuiabá) se tornaram recorrentes neste ano. Pelo menos três grandes fazendas tiveram árvores derrubadas e o solo metricamente demarcado, o que é conhecido também por ‘picadas’. Ainda não há informações sobre os suspeitos, que devem responder por crime ambiental, sendo que uma dessas terras se trata de um Projeto de Assentamento (PA).
O caso mais recente foi registrado na fazenda São Nicolau, localizada às margens da MT-208. No local é instalado um Manejo Florestal que atende a pesquisas de diversas universidades do Estado. Grileiros, na calada da noite, armaram acampamento ao lado da propriedade e fizeram o mesmo processo que em outras invasões: derrubaram árvores e instalaram ‘picadas’. A fazenda é de propriedade da ONF Brasil, filial da ONF International, que tem como objetivo a instalação de reflorestamentos para sequestro de carbono e a gestão de florestas. A gestora da instituição, Cleide Arruda, disse que um boletim de ocorrência foi elaborado após a equipe constatar a invasão, no dia 6 de fevereiro. Ela disse que ainda tem dúvidas sobre a intenção dos invasores do local.
“Não se sabe se eles querem ocupar o espaço para criar um lote de terra ou pegar madeira. Na verdade, eles invadiram três hectares de terra, com picadas instaladas de três em três metros. No momento eles também aproveitaram a madeira das árvores derrubadas para levar e, talvez, comercializar”.
Embora algumas árvores tenham sido derrubadas, Cleide disse que a ação dos grileiros não prejudicou muito o processo do manejo florestal. Mas ela disse que há o receio de que eles voltem e terminem o que iniciaram. “Tive conhecimento de que duas outras fazendas foram invadidas aqui nas proximidades, da mesma forma que a fazenda São Nicolau. O nosso medo é que eles voltem e prejudiquem mais ainda a mata”.
As outras duas áreas de terra são propriedades privadas e localizadas nas proximidades, uma ao lado da outra. Uma delas fica no município de Juruena, ao lado de Cotriguaçu. Da mesma forma, os grileiros invadiram e abriram caminhos na mata, que é de preservação permanente.