Com a chegada dos festejos de Momo na capital, que era muito agitada, a sociedade participava dos bailes e das matinês levando os filhos nos embalos das marchinhas e samba. As máquinas de costura não paravam, a criatividade em alta através das mãos habiltosas de: Maria Vieira Aguiar, Zezita Réche, Lucy Spinelli, Elza Dutra, Oscalinda Palma, Maci dos Santos, Abegair Fárias, Ceci, Bibiana e Nino do Baú e José de Paula. Os trabalhos deixaram marcas através de registros fotográficos que são lembrados até hoje. Os grandes baluartes da moda cuiabana confeccionavam fantasias de luxo, blocos, rainhas, Rei Momo, princesas, dos clubes e para alguns foliões VIPs. Na nossa eterna capital de Mato Grosso, antigamente nos bailes de carnaval reinava o luxo das fantasias, que eram bordadas com as mãos, e a criatividade da alta costura cuiabana era digna de elogios.
Lembrada Getúlio Vargas
A Praça Alencastro era a parada principal dos foliões, dos mascarados, onde faziam as suas concentrações nos bares Pinheiro e do Bugre, onde se podia deliciar saborosos tira-gostos, chope e cerveja da Brahma. O palco dos desfiles dos blocos, cordões, mascarados e escolas de samba, era do lado direito da Catedral Basílica, sendo que ali era instalado o palanque das autoridades e jurados. Lembro-me que na época dos padres Teixeira e Firmo Duarte, a agenda da Catedral Basílica continuava em alta com a participação dos fiéis na Santa Missa. Da Avenida Getúlio Vargas, também os bares: Presidente, Beto e o Internacional, os foliões de plantão aguardavam os desfiles nesta avenida, que era a passarela do carnaval cuiabano. O Bar Internacional era o mais animado, recebia todas as camadas de foliões nos embalos de Momo. A multidão aguardava: Bloco e Escola de Samba Estrela do Oriente, Estrela Dalva, Rojão da Mocidade, Escola de Samba Pega no Meu Coração, Acadêmicos do Pedroca, Marinheiros do Samba, Deixa Cair, Mocidade Independente, Escola de Samba de Flamengo e blocos dos mascarados que animavam o carnaval da lembrada Getúlio Vargas.
Carnaval e comércio
Antigamente o carnaval cuiabano gerava lucro nos comércios e na rede hoteleira, nos bares e restaurantes e até mesmo nos cabarés espalhados clandestinamente no perímetro urbano da cidade. As lojas: Casa Scarcelli, Casa João Cabral, Casa Alberto, Minhocas, eram casas especializadas em artigos carnavalescos. Outros comércios vendiam cosméticos e perfumes, como: Casa Nadaf, Karan, Karim Perfumaria e Kinjo, onde as pessoas iam à procura dos cílios postiços, era alta a procura em época de carnaval. Não importava quantos gastavam no comércio, mas nos lembramos dos foliões: Jejé, Pepito Candia, João Sebastião, João Pedro Arruda, Ticho, Brasilino, Telmo, Luana, Fernanda, José Roberto, Luizinho, Caveirinha, o Trio Gigliola, Sarita e Jane Fonda (Salão Sol Vermelho), inclusive este colunista amava um festejo de Momo na capital e no Rio de Janeiro. O luxo das casas, de clubes e boates, com fantasias luxuosas que animavam o carnaval cuiabano na Avenida Getúlio Vargas. Que saudades!