Os grafiteiros Simone Ishizuka e André Gorayeb estão arrecadando fundos para cobrir as despesas com a multa que receberam, no dia 25 de janeiro, por grafitarem o Viaduto do Santa Rosa. A multa é de um salário mínimo para cada um, totalizando R$1458,00.
Os artistas foram julgados por lesão do património público, e o montante arrecadado será encaminhado a uma instituição governamental filantrópica. Segundo o advogado das partes, Levy Rabone, essa foi a forma mais rápida e menos desgastante de levar o processo. Simone e André ainda ficaram sob observação da justiça durante cinco anos.
O advogado ainda lembra que o fato levantou discussões importantes para a sociedade. “Até quando um bem que é público, pode ser usado pela população? Essa bem é de fato público?”, indaga Rabone.
Mais uma pessoa estava presente no acontecido. O estudante de publicidade, André Eduardo, estava registrando os grafiteiros, e também foi levado pela Polícia Militar. Mesmo sem tintas e marcas de tintas na mão, o estudante foi levado e acusado pelos mesmos crimes que os amigos. O advogado alerta que o fato levanta uma segunda discussão: o da liberdade de imprensa. “Ser detido por documentar um ato ilícito? E a liberdade de imprensa?”.
Para ajudar
As doações podem ser em qualquer valor e o pagamento é feito em boleto ou cartões de créditos, nesse link.
Detenção
Na madrugada do dia 25 de fevereiro, três jovens artistas foram detidos por policiais militares do 10º Batalhão por estarem grafitando sua arte em uma das laterais da Trincheira Santa Rosa, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá.
Andre Gorayeb, André Eduardo e Simone Ishizuka foram conduzidos ao Centro Integrado de Segurança e Cidadania – CISC / Planalto, de forma incisiva e sem a possibilidade de conciliação.
Após a prisão dos três grafiteiros, o governo do estado se manifestou por meio de nota.
O Estado garantiu respeitar as formas de manifestação artística e que irá conversar com os artistas, mas ressaltou a importância da ação da Polícia Militar.
