A liberação dos caminhões que transportam alimentos perecíveis, gás de cozinha, oxigênio e combustível, teve início a partir da meia-noite desta terça-feira (24), após representantes dos caminhoneiros que bloqueiam trechos da BR 163/364 atenderem ao apelo do governador Pedro Taques (PDT).
A passagem desses veículos nos pontos de bloqueio conta com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), para evitar conflitos. Em Tangará da Serra a informação é de que veículos que transportam alimentos perecíveis e combustíveis estão passando pelo bloqueio.
“Às vezes nem todos concordam, mas o que foi acordado com o governador Pedro Taques está sendo cumprido”, garante o assessor jurídico do Sindicato dos Proprietários de Caminhões de Transporte de Tangará da Serra e Região (Sindicam), Celso Roberto Vieira.
Outro representante do movimento, Gilson Baitaca, afirma que a preocupação de a região norte do Estado ficar desabastecida já não procede. Empresário do ramo de transportes, Baitaca está acompanhando de perto a liberação no ponto de bloqueio em Lucas do Rio Verde e conta que está reunindo os caminhoneiros e explicando que a liberação é um voto de confiança dado ao governador Pedro Taques, que anunciou uma série de medidas que visam buscar soluções para os problemas enfrentados pela categoria.
Entre elas, está a realização de uma reunião do Governo do Estado com as principais tradings (ADM, Bunge, Cargill, Louis Dreyfuss e Amaggi) para discutir o valor do frete que está sendo pago aos caminhoneiros, bem abaixo do valor referencial divulgado pela Secretaria de Fazenda (Sefaz). Desta reunião participarão também o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público Estadual (MPE).
O secretário de Fazenda, Paulo Brustolin, que participa das negociações, disse que a Sefaz realizará um estudo sobre o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), para estimular os caminhoneiros a emplacarem seus veículos no Estado. Para mostrar o compromisso do governo com a causa dos trabalhadores, a Sefaz congelou a pauta fiscal que estabelece os Preços Médios Ponderados ao Consumidor Final (PMPF) do óleo diesel, por 15 dias, o que evitará impacto de 5,77% na base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Prestação de Serviços (ICMS).
Tensão
A liberação dos caminhões carregados de produtos perecíveis e combustível tem causado tensão em alguns pontos de bloqueio. Segundo representantes dos caminhoneiros, a liberação não é consenso, já que alguns trabalhadores temem enfraquecer o movimento. Outros querem entregar a mercadoria, mas temem sofrer retaliações dos colegas que querem manter a paralisação.
Em Lucas do Rio Verde, Gilson Baitaca diz que está fazendo um trabalho de convencimento com os caminhoneiros, divulgando as ações do Governo do Estado e pedindo um voto de confiança. Ele também conta com o apoio da PRF, mas diz que a intenção é não criar conflito com os caminhoneiros, principalmente aqueles não ligados às lideranças que estão dialogando com o Executivo.
A situação é semelhante em Rondonópolis, onde os caminhoneiros também estão receosos em deixar o protesto. É o que conta o diretor-executivo da Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso (ATC), Miguel Mendes, que está no município acompanhando a paralisação. De acordo com ele, o tráfego segue normalmente na região e os caminhões contendo outras cargas, como grãos, permanecem parados. “Agora aguardamos um posicionamento do Governo Federal”, afirma.
(Assessoria)