A secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, disse nesta terça-feira, 25, que o governo federal tem pressa para reverter as alíquotas máximas cobradas pelo governo norte-americano, que ainda recaem sobre mais de um quinto dos produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos. Após participar de encontro empresarial promovido pela Amcham na capital paulista, a secretária frisou que o governo brasileiro segue empenhado na negociação com os Estados Unidos, após a ordem executiva que, na última quinta-feira, eliminou a sobretaxa de 40% sobre mais de 200 produtos, como carne bovina, frutas e café.
“Ainda 22% das exportações brasileiras estão sujeitas ao tarifaço de 40% ou 40% mais 10%. Nosso empenho é exatamente atacar esses produtos que ainda estão sujeitos a tarifas adicionais”, comentou Tatiana Prazeres em entrevista a jornalistas na saída do evento na Amcham.
Ela informou que segue em curso o diálogo com o governo americano em torno desse grupo de produtos, que inclui, sobretudo, exportações da indústria, como máquinas e equipamentos. “Já houve várias reuniões, estamos empenhados exatamente em buscar um entendimento com os Estados Unidos. Temos interesse em resolver essa questão o quanto antes, temos pressa.”
Conforme a secretária, o Brasil está aberto a tratar de qualquer tema econômico nas negociações com a equipe do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, incluindo a situação das big techs.
“Nosso objetivo é avançar o quanto antes e fazer com que a situação discriminatória a qual o Brasil está submetido hoje seja eliminada, e que as barreiras na existência do nosso comércio sejam superadas”, assinalou ela.
Brasil Soberano
A secretária de Comércio Exterior reforçou o apelo pela apreciação no Congresso da medida provisória do programa Brasil Soberano, que apoia exportadores afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos.
Dentro do pacote de medidas em socorro a exportadores afetados pelo tarifaço, a secretária disse ser também importante a votação do projeto que prevê a devolução de 3% a 6%, a depender do porte, dos resíduos tributários de empresas que exportam aos Estados Unidos.
“A aprovação dessas duas peças é algo, na nossa visão, muito importante para mitigar, em parte, os efeitos do tarifaço”, declarou Prazeres durante a participação em encontro empresarial promovido pela Amcham.
Na segunda-feira, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, disse que o governo pode editar uma nova medida provisória com as mesmas regras do Brasil Soberano caso a MP que está no Congresso perca a vigência em 11 de dezembro.



