Cidades

Governo nega ter dívida milionária com hospitais filantrópicos

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) reafirmou por meio de nota, que não possui nenhuma dívida milionária com os hospitais filantrópicos. As unidades ameaçaram fechar as portas na próxima sexta-feira (18), por falta de recursos mínimos para manutenção de insumos e medicamentosos. A medida deve atingir cerca de 60% dos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) que são assistidos diariamente pelas entidades.

“A Secretaria de Estado de Saúde reafirma que o Estado não possui nenhuma dívida com os hospitais filantrópicos de Cuiabá e de Rondonópolis. Os valores repassados aos hospitais totalizaram R$ 7,5 milhões, foram em caráter emergencial (Portaria 019/2017), apenas para os meses de dezembro de 2016 e janeiro e fevereiro de 2017”, diz trecho da nota.

Em contrapartida, nesta terça-feira (15), os gestores das instituições apresentou durante coletiva de imprensa, o déficit de R$ 12.760.968,00, valor cotado até julho de 2017.

A presidente da Federação dos Hospitais Filantrópicos (FEHOSMT), Elizabeth Meurer, explicou que a situação dos hospitais é extremamente grave e que em menos de 24 horas as atividades serão encerradas.

“Não temos mais dinheiro para insumos, nem para medicação. Mas, nós abrimos caminhos para negociação. Enfim, nós colocamos todas as nossas dificuldades e deixamos claro que temos vinte e quatro horas para fechar as portas”, avisou a presidente.

Entretanto, a SES esclarece que os valores referentes ao ano de 2016 e 2017 já foram repassados e que o governo já havia se reunido com os representantes para informar da impossibilidade de continuar com o auxílio.

“Conforme reunião realizada com representantes destes hospitais, o Governo do Estado deixou clara a impossibilidade de continuar com o auxilio, em virtude da crise econômica pela qual atravessa o País, afetando Estados e municípios”, descreve a nota.

Segundo o médico obstetra e presidente do Hospital Santa Helena, Marcelo Sandrin, foi decretada falência do quadro filantrópico pelas reais condições enfrentadas. Porém, é de obrigação da rede pública estadual manter a manutenção em dia, justamente porque uma parcela dos usuários faz parte do SUS.

“Uma das agendas foi solicitar ao governador do Estado que nos recebesse através do secretário Berluci. Nós abrimos a meia noite e fechamos a meia noite, cada um que fecha perde vinte mil reais por dia, devendo cem por cento dos seus leitos contratados pelo SUS”, disse Marcelo. 

Veja na íntegra a nota da SES:

A Secretaria de Estado de Saúde reafirma que o Estado não possui nenhuma dívida com os hospitais filantrópicos de Cuiabá e de Rondonópolis. Os valores repassados aos hospitais totalizaram R$ 7,5 milhões, foram em caráter emergencial (Portaria 019/2017), apenas para os meses de dezembro de 2016 e janeiro e fevereiro de 2017” diante da crise enfrentada por aquelas instituições.  Conforme reunião realizada com representantes destes hospitais, o Governo do Estado deixou clara a impossibilidade de continuar com o auxilio, em virtude da crise econômica pela qual atravessa o País, afetando Estados e municípios.

A SES destaca que, por meio da portaria 111/2017, o Governo do Estado apoia financeiramente os municípios de Mato Grosso. Para Cuiabá, o valor mensal destinado é de R$ 3,3 milhões e, para Rondonópolis, R$ 1,3 milhão, dos quais, R$ 576 mil são destinados à Santa Casa daquela cidade. Portanto, com os recursos repassados, cabe a estes dois municípios fazer a contratação dos serviços médicos, inclusive com os filantrópicos. Além destes valores, por meio da portaria 112/2017, a SES custeia de forma voluntária os serviços de UTI (adulto, pediátrica, neonatal e coronária) nas unidades hospitalares.

O Governo do Estado reconhece as dificuldades enfrentadas pelos hospitais filantrópicos e também a extrema importância destas unidades de saúde no atendimento à população. A defasagem da tabela SUS, que contribuiu para aumentar o déficit destes hospitais, é um tema que deve ser tratado com urgência com o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde.

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