Pacientes ficaram sem medicamento nesta quinta-feira (05) porque funcionários terceirizados não compareceram para trabalhar na Farmácia de Alto Custo que fica no bairro do Porto, em Cuiabá/MT. O motivo seria o atraso no pagamento da empresa contratada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Uma das pacientes Maria Helena Leite Belém, 64, que tem problemas de artrite, artrose e osteoporose, trabalha em uma lavanderia e não tem condições de pagar pelo remédio.
“O primeiro medicamento que eu tomava custava R$ 38 mil, mas o médico suspendeu porque não estava mais fazendo efeito. Estou aqui porque não tenho condições de pagar. Eu trabalho do jeito que posso, dentro das possibilidades da minha pernas e não posso ficar sem tomar o medicamento”, reclamou Maria Helena.
Eliane da Silva Barros é servidora da Prefeitura de Várzea Grande e tentou pegar os medicamentos para o marido, de 63 anos, e para o sogr,o de 90,. Ambos tem têm diabetes hereditária e dependem de um remédio que custa R$ 321. Ela afirma que é constante a dificuldade para conseguir remédios na Farmácia de Alto Custo.
“Há seis anos eu venho aqui e todo ano neste período é esse mesmo problema de licitação. Poxa vida, se sabem que tem essa dificuldade porque não deixam tudo organizado?”, indagou revoltada. Eliane explica que quando chega em uma situação dessas acaba tendo que tirar do bolso.
Quem toma insulina também tem gastos com outros medicamentos de acordo com Eliane. “É bem difícil”, afirmou ela que já chegou até a doar insulina do marido e do sogro e hoje volta com a caixa de isopor vazia com os pacotes de gelo.
Eliane já denunciou dificuldade de atendimento e de pegar medicamentos por várias vezes na ouvidoria. “Eles dão data para vir pegar com risco de perder o benefício, aí você vem e não tem. A gente liga e eles não atendem, parece que deixa o telefone fora do gancho. Desde dezembro eu não consigo pegar os remédios. Eles mentem, porque disseram que a partir do dia 15 já teria remédios e eu vim no dia 15 e não tinha. Nós queremos a verdade”, exigiu Eliane.
A manicure Josiane Castro de Souza, 35, também voltou sem os medicamentos dos pais que sofrem com hepatite e esquizofrenia. “A mulher me falou que tem um remédio e outro não tem, mas que não tem previsão se vai aparecer funcionário”, explicou ao sair da sala de atendimento. Josiane contou que o remédio de ambos custam em torno de R$ 400 cada um, e que a caixa do medicamento que tem em casa já está na reta final.
“A gente fica na boa vontade deles (da Farmácia). Para piorar, meu pai está com câncer na garganta. Quando ele piora a gente leva ele para o Hospital de Câncer e lá eles dão o medicamento. Já a minha mãe, quando fica sem os remédios ela surta e deixa todo mundo louco”, narrou.
O Circuito Mato Grosso tenta contato com a assessoria da SES para saber quais encaminhamentos estão sendo dados para regularizar o atendimento na Farmácia de Alto Custo.