Cidades

Governo ignora dossiê do Sintep

O dossiê também foi entregue para o Ministério Público Estadual (MPE), Tribunal de Contas (TCE), Assembleia Legislativa e Conselho Estadual de Educação. Apenas esses dois últimos confirmaram recebimento.

Ságuas Moraes já foi questionado inúmeras vezes sobre a infraestrutura escolar, mas sempre defendeu que apenas 10% das escolas ainda estão para serem reformadas. Essa declaração não condiz com a realidade do dossiê.

“A maior parte das reformas ou novas escolas é entregue sem vistoria e vários problemas são detectados assim que começa o funcionamento”, denuncia Jocilene Barbosa dos Santos, secretária geral do Sintep.  Jocilene vai mais além: “A Secretaria Estadual de Educação não tem equipe de fiscalização para as obras contratadas. É recurso público desperdiçado e não fiscalizado”.

Essa afirmação é confirmada na Escola Estadual Coronel Ondino Rodrigues de Lima, em Ribeirão Cascalheira (960 km de Cuiabá), região Leste do Estado. Embora tenha passado por reforma geral em 2006, foi entregue com grandes falhas estruturais e, em 2011, parte do telhado desabou. Hoje, os mais de 1.000 alunos convivem em meio a madeiras, ferragens, telhas e outros entulhos, colocando em risco todos os que frequentam a escola.

Situação semelhante vive a Escola Estadual Antonio Paes de Barros, onde a estrutura física está toda comprometida. A escola fica em Barão do Melgaço (100 km da capital), cidade que atrai muitos turistas, principalmente ligados à pesca. E o que se vê são salas de aula em estado deplorável, sem forro, instalações elétricas expostas, piso todo quebrado. Mesmo já tendo recebido a visita de Ságuas Moraes e ele ter prometido a reforma, até o momento não houve interferência alguma por parte da Seduc.

Em Rondolândia (1.100 km de Cuiabá), no extremo Oeste do Estado, portões quebrados e cercas com grandes rombos colocam a segurança da escola em constante risco. Qualquer um pode entrar e sair. Rachaduras nos pisos e paredes, estruturas metálicas enferrujadas e banheiros sem portas são alguns dos problemas que compõem o cenário de precariedade. Os professores denunciam que há oito anos não há especialistas em áreas de exatas e biológicas, e leigos têm assumido as matérias.

Ainda na região Oeste, outro descaso com a educação no distrito de Nova Cáceres: os alunos estudam em barracos sem paredes e escorados. “São condições subumanas e degradantes”, diz o dossiê. Com promessas de construção de escola por parte da Seduc, cuja obra deveria terminar em setembro de 2010, estas estão abandonadas há quatro anos.
Inúmeras escolas gritam por socorro em estruturas para que possam instalar equipamentos pedagógicos que atuem diretamente no rendimento dos alunos.  Mato Grosso não conseguiu atingir a meta mínima estimada no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para alunos do ensino médio. O resultado divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) mostrou que a situação ainda está crítica e tende a piorar caso não haja ações concretas para aliar espaços físicos e pedagógicos de qualidade.

Leia mais…

 

Por: Rita Anibal

Foto: Sintep

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Cidades

Fifa confirma e Valcke não vem ao Brasil no dia 12

 Na visita, Valcke iria a três estádios da Copa: Arena Pernambuco, na segunda-feira, Estádio Nacional Mané Garrincha, na terça, e
Cidades

Brasileiros usam 15 bi de sacolas plásticas por ano

Dar uma destinação adequada a essas sacolas e incentivar o uso das chamadas ecobags tem sido prioridade em muitos países.