O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou nesta terça-feira (30) que o Exército permanecerá no Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, até junho de 2015. Inicialmente, a previsão era de que as tropas federais atuariam no policiamento ostensivo da comunidade até o fim deste ano. Esta é a terceira vez que o prazo de atuação das Forças Armadas é estendido.
A partir de abril, policiais militares começarão a ocupar, gradativamente, o conjunto de favelas até substituir completamente, até junho, os cerca de 2,5 mil homens do Exército que atualmente atuam na região.
“Haverá a permanência das tropas até março e, a partir de então, começará a substituição das tropas até junho”, afirmou Cardozo após participar de uma reunião, em Brasília, com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. O acordo oficializando a prorrogação deverá ser assinado no dia 7 de janeiro.
O general José Carlos De Nardi, chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, que também participou da reunião, explicou que, em abril, será editado um decreto estabelecendo a retirada de 300 homens. Na sequência, novos decretos serão publicados sucessivamente até a retirada total dos militares em junho.
O governador do Rio informou que ainda não está definido o número certo de PMs que permanecerão na Maré, porém, ele adiantou que o efetivo final de policiais militares deverá ser entre 1,4 mil e 1,5 mil.
Pezão agradeceu a colaboração do governo federal na capital fluminense e reconheceu a dificuldade em manter a paz na região. “É uma luta muito difícil e se não tivermos essa cooperação a gente não consegue avançar”, ressaltou.
Pacificação
A ocupação do Conjunto de Favelas da Maré começou em abril deste ano. A permanência das tropas já havia sido prorrogada outras duas vezes por conta dos conflitos que têm ocorrido no local.
Em novembro, um cabo do Exército foi o primeiro militar morto na Maré desde a ocupação da região. Michel Augusto Mikami, de 21 anos, foi atingido por um tiro na cabeça durante um tiroteio com bandidos quando participava do patrulhamento da comunidade Vila dos Pinheiros.
No mesmo dia, um veículo blindado da Força de Pacificação caiu num canal na Avenida 2, na localidade conhecida como Conjunto Esperança, em outro ataque de traficantes de drogas.
Na ocasião, Pezão lamentou a morte do militar, mas reiterou que seguiria firme no processo de ocupação das favelas.
A Força de Pacificação está na Maré desde o dia 5 de abril, quando 2,7 mil militares ocuparam 15 comunidades do conjunto de favelas. Mas os confrontos têm sido frequentes.
Desde o início da ocupação, mais de 400 pessoas foram presas e 158 menores apreendidos. Nas operações de combate ao tráfico, além de drogas, os militares também apreenderam veículos, motos, armamento e munição.
Fonte: G1