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Governo distribuirá repelente contra Aedes para grávidas

Ministro Marcelo Castro fala em evento em São Paulo (Foto: Darlan Alvarenga/G1)

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse nesta quarta-feira (9), em São Paulo, que o governo irá distribuir repelente para mulheres grávidas para ajudar a prevenir que sejam picadas pelo Aedes aegypti.

"Estamos em contato com o laboratório do Exército, que já fabrica normalmente esses repelentes para suas tropas", disse, em evento empresarial na capital paulista.

O Nordeste é área prioritária para as ações oficiais contra o Aedes aegypti, segundo o ministro. A região registrou um aumento acentuado nos casos de microcefalia e suspeita-se que podem ter ligação com o zika vírus, transmitido pelo Aedes aegypti.

A iniciativa foi definida nesta terça-feira (8) em reunião do ministro com a presidente Dilma Rousseff e governadores, em Brasília.

Na mesma reunião definiu-se o combate ao mosquit que transmite a dengue, o zika vírus e a febre chikungunya, se dará principalmente pela destruição de focos de proliferação do inseto, já que alternativas mais tecnológicas, como os mosquitos transgênicos ou contaminados com a bactéria wolbachia, bem como a vacina de dengue, ainda não estarão disponíveis para uso abrangente em curto prazo.

Um centro de controle será montado em Brasília, no Ministério da Saúde, em comunicação com centros estaduais, para monitorar a situação. Castro lembrou que por enquanto o mosquito ainda está na fase de menor população. Em fevereiro, ele começa a se reproduzir mais, levando a um aumento no número de casos de doenças por eles transmitidas.

O ministro afirmou ainda que as mulheres gestantes são alvo maior de preocupação, dado o risco de o zika vírus causar microcefalia nos bebês. Elas deverão tomar máximo cuidado para não serem picadas, preferencialmente usando roupas que não deixem pernas expostas, por exemplo, além de colocarem mosquiteiros e telas em suas casas, sempre que possível.

Microcefalia
O ministério anunciou na terça que investiga as mortes de 19 crianças com suspeitas de microcefalia desde o início do ano até o dia 5 de dezembro em oitos estados do país e se esses possíveis casos de malformação têm relação com o zika vírus. Em uma semana, o número de casos suspeitos de microcefalia passou de 1.248 para 1.761, um aumento de 41%.

A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal. Ela é diagnosticada quando o perímetro da cabeça é igual ou menor do que 32 cm – o esperado é que bebês nascidos após nove meses de gestação tenham pelo menos 34 cm.

O perímetro foi revisado pelo ministério no último dia 4. Antes, a microcefalia era apontada nos casos de circunferência craniana menor do que 33 cm.

Os casos de morte sob investigação são no Rio Grande do Norte (7), Sergipe (4), Rio de Janeiro (2), Bahia (2), Maranhão (1), Ceará (1), Paraíba (1) e Piauí (1).

Segundo o levantamento apresentado pela pasta, Pernambuco ainda é a unidade da federação que apresenta o maior número de casos (804) suspeitos da malformação. Em seguida, estão os estados de Paraíba (316), Bahia (180), Rio Grande do Norte (106), Sergipe (96), Alagoas (81), Ceará (40), Maranhão (37), Piauí (36), Tocantins (29), Rio de Janeiro (23), Mato Grosso do Sul (9), Goiás (3) e Distrito Federal (1).

Para o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, ainda pode demorar sair o resultado de uma vacina contra o zika vírus. “O tempo de desenvolvimento de vacina é um tempo longo porque os estudos clínicos são demorados. É algo em torno de dez anos, supondo que as coisas deem certo”, afirmou.

O número de casos de microcefalia notificados por ano no Brasil vinha se mantendo estável nos últimos cinco anos, e em uma quantidade bem menor do que os casos suspeitos registrados neste ano. Em 2010 foram 153 casos registrados de malformação no país; em 2011, 139; em 2012, 175; no ano seguinte, 167; e em 2014, 147.

Novo critério
Na última sexta-feira (4), o Ministério da Saúde informou que iria mudar os critérios que classificam uma criança como tendo microcefalia. A mudança passou a valer em todo o país nesta segunda-feira (7), quando foi fechado o texto de um novo protocolo a ser adotado por cada governo local.

Até então, a pasta considerava que bebês com circunferência da cabeça igual ou menor a 33 cm tinham a malformação. O novo parâmetro passa a apontar microcefalia em crianças com cabeça medindo 32 cm ou menos de circunferência.

Na prática, menos bebês vão ser considerados como suspeitos de apresentar a malformação. O diretor do ministério Cláudio Maierovitch afirmou que não há estimativa de quantos casos notificados deixam de ser considerados com suspeita de microcefalia com base nas novas medidas. “É uma proporção razoável.”

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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