O líder das Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londono (centro), também conhecido como Timochenko, abraça cantores do grupo Southern Rebels durante a 10ª conferência das Farc na Planície do Yari, sul da Colômbia (Foto: Ricardo Mazalan / AP Photo)
O acordo de paz entre o governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), alcançado em agosto em Cuba, após quase quatro anos de negociações, será assinado nesta segunda-feira (26).
A cerimônia será realizada em Cartagena, pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e o número um das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como “Timochenko”.
Chefes de Estado da região são aguardados, assim como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o secretário de Estado americano, John Kerry.
O acordo contempla o abandono das armas pela guerrilha e sua transformação em movimento político. A nova agremiação política deve ocupar dez assentos no Congresso.
Após a assinatura, o pacto deverá ser referendado pelos colombianos num plebiscito marcado para o próximo dia 2 de outubro. Todas as pesquisas projetam a vitória do “sim” na consulta popular.
As Farc anunciaram na sexta-feira (23) que seus líderes ratificaram por unanimidade o acordo de paz alcançado com o governo colombiano. O grupo se comprometeu que irão abandonar as armas após 52 anos de conflito.
“Informamos que os guerrilheiros-delegados deram respaldo unânime ao acordo de paz”, disse Luciano Marín Arango, conhecido como Iván Márquez e que encabeçou a equipe negociadora nas Farc. “A guerra acabou. Viva a Colômbia, viva a paz”, afirmou.
Márquez destacou, após a conclusão da conferência nacional das Farc, que com o apoio unânime se reafirma a “coesão interna” que tem o grupo e que, em sua opinião, sempre tiveram “em sua trajetória rebelde”. Essa foi a décima e última conferência das Farc como grupo armado ilegal.
Em mais de 50 anos, o conflito na Colômbia, o mais longo das Américas, provocou a morte de 220 mil pessoas e deixou mais de 6 milhões de deslocados internos.
Fonte: G1