Política

Governo anuncia medidas para reaver cerca de R$ 200 milhões

O Secretário da Fazenda, Paulo Brustolin, prometeu um pacote de medidas para o Governo de Mato Grosso conseguir reaver quase R$ 200 milhões desviados da Conta Única do Estado. O montante corresponde a R$ 101 milhões em desvios no período de 2003 a 2011 e outros R$ 95 milhões em pagamentos que o Estado não sabe a quem foram realizados. As informações são de uma auditoria realizada pela Controladoria Geral do Estado (CGE) e anunciados em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (13), na sede da Sefaz (Secretaria de Fazenda).

As investigações da CGE irão buscar meios para punir administrativamente 42 pessoas (muitos deles que ainda trabalham no Estado) e outras 12 empresas que participaram do esquema de desvio do Tesouro Estadual. Os apontamentos indicam que as causas da fraude foram vulnerabilidades operacionais e tecnológicas no âmbito da Secretaria-adjunta do Tesouro.

Conforme o secretario de fazenda, os pagamentos eram feitos de forma manual e sem softwares adequados. “Nós identificamos que o mesmo funcionário que enviava o pedido de pagamento, era o mesmo que conferia e repassava os comprovantes. Isso é inadmissível a uma organização séria, nos dias atuais”, explicou. Por conta dessas vulnerabilidades as fraudes e pagamentos a pessoas sem vínculos com o Estado, podiam passar despercebidos ou demorar para serem descobertos.

Brustolin disse também que não podia afirmar se a quantia R$95 mi foi usada para esquemas e desvios. Segundo ele, a quantia ainda não foi analisada e baixada do sistema. “A secretaria da fazenda não poupara esforço, para encontrar e confirmar os R$ 95 milhões em repasses. O processo é lento, pois o procedimento será manual e não tem como ‘casar’ os dados do banco, com os ofícios de pagamentos digitalmente”, justificou.

Outra fragilidade do sistema Estadual de pagamento era o acesso de 100 pessoas a informações privilegiadas do sistema da Conta Única. “Essas pessoas tinham acessibilidades no sistema que não deveriam existir”, alertou Brustolin.

Medidas anunciadas

A Sefaz explicou na coletiva todos as ações que serão desenvolvidas para solucionar as vulnerabilidades encontradas. O documento foi protocolado junto ao Ministério Público, Tribunal de Contas e CGE. “Além disso, o governo não descarta a possibilidade de uma consultoria de porte internacional para revisão detalhada de vários processos, conforme o Decreto nº 04/2015, assinado pelo governador Pedro Taques”, completa Brustolin.

O secretário também disse que vai criar e instalar um sistema eletrônico para que os pagamentos sejam baixados no sistema de forma automática e segura. “Até maio teremos o sistema de criptografia que garantirá segurança aos repasses feitos pelo estado. Ao contrário do que estava acontecendo como o método manual”, disse.

Além de serem confirmados de forma manual os pagamentos estavam sendo repassados pelo NEX, que é um método aplicado em emergências como enchentes e crises. “Para se ter uma ideia os pagamentos por NEX subiram de 3,5 mil, em 2011, para 38 mil em 2014. Nós suspendemos qualquer pagamento via oficio e estaremos usando o NEX só em exceções”, explicou Brustolin

O esquema foi identificado em 2011 por meio da denúncia de que pessoas sem nenhum vínculo com o Estado estavam recebendo dinheiro público. Em 2012 apurou-se que mais de R$ 100 milhões haviam sido pagos irregularmente. A conclusão da auditoria realizada pela atual gestão constatou que “pouquíssimas recomendações sugeridas pela CGE ao longo dos anos foram implementadas”.

CIRA

As ações terão o apoio do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA), criado em fevereiro desde ano com a finalidade de propor medidas judiciais e administrativas para o aprimoramento das ações e da efetividade na recuperação de ativos de titularidade do Estado. Conforme o Galindo o comitê tem o objetivo primordial de combater a lavagem de dinheiro e crimes financeiros.

O Grupo é presidido pelo próprio governador Pedro Taques, e seus secretários. O Comitê irá se dividir em subgrupos, que destacarão funcionários de suas funções ordinárias para que investiguem dentro de suas instituições as possíveis irregularidades. 

 

Ulisses Lalio

About Author

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões