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Governo adia retorno do horário de verão para 2025

Em meio à discussão sobre a seca que atinge várias regiões do Brasil, o governo federal decidiu que o horário de verão não será retomado neste ano. Durante uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (16), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que, após consulta com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), chegou-se à conclusão de que a medida não é necessária no momento.

A decisão vem mesmo após o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendar o retorno do horário de verão devido à crise hídrica. Silveira reconheceu que há uma recuperação lenta dos reservatórios, mas ponderou que a avaliação precisa ser mais ampla e considerou que há pouco tempo para setores, como o da aviação, se adaptarem à mudança de horário.

Criado em 1985, o horário de verão foi implementado com o objetivo de reduzir o consumo de energia ao aproveitar mais a luz natural durante os meses mais longos do ano. No entanto, com o avanço de novas tecnologias e mudanças nos padrões de consumo energético, a medida começou a perder a eficácia. Em 2019, o horário de verão foi suspenso pelo governo de Jair Bolsonaro, e desde então a ideia de retomá-lo tem gerado controvérsias.

De acordo com o ministro Silveira, a reavaliação da medida continuará nos próximos meses, com a possibilidade de ser reintroduzida em 2025. Para ele, o horário de verão “não pode ser fruto de uma avaliação dogmática ou de cunho político”, mas sim de uma análise cuidadosa de seus impactos no setor elétrico e na economia.

O ministro também explicou que a adoção do horário de verão neste ano só seria possível a partir de novembro, o que dificultaria o aproveitamento do período de maior benefício, que vai de outubro a meados de dezembro. Além disso, Silveira mencionou que a medida exige planejamento prévio em diversos setores, como o da aviação, o que inviabilizaria a implementação no curto prazo.

O debate sobre a volta do horário de verão, embora adiado, continua a ser um tema importante para o governo. A decisão de não aplicá-lo em 2024 mantém o cenário atual, mas abre caminho para uma análise mais aprofundada sobre seu impacto energético e econômico para os próximos anos.

Lucas Bellinello

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