A maior parte dos governadores que assumiram os Estados na última quinta-feira (1º) prometeu trabalhar com mãos de tesoura e já anunciou a redução de gastos públicos, principalmente com o corte de cargos comissionados, redução do orçamento e diminuição do número de secretarias. Os cargos comissionados são aqueles de livre nomeação e exoneração.
Em São Paulo, o governador reeleito Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou a redução de 15% dos cargos comissionados de toda a estrutura do governo e o corte de 10% nos gastos com custeios. Com essas medidas, o Estado deverá economizar R$ 6,6 bilhões com custeio e investimento — ao todo, o orçamento será de R$ 66 bilhões em 2015.
No Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), também governador reeleito, disse na posse que pretende reduzir de 20% a 25% o orçamento das secretarias com a revisão de contratos em vigor. Pezão avisou também que vai cortar em até 35% as "gratificações especiais" aos servidores.
— Todo secretário terá de reavaliar contratos de aluguéis de carros, telefone. Quero trabalhar com o que vamos arrecadar. Não vou deixar dívida.
Pezão enfatizou as perdas que o Rio de Janeiro teve com a arrecadação de tributos e previu ainda menos dinheiro para 2015. Ele destacou que a arrecadação com o ICMS (imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços) foi R$ 2 bilhões menor em 2014.
Em relação aos royalties do petróleo, importante fonte de renda para o Estado, a redução prevista para 2015 será de R$ 2,2 bilhões devido à queda no preço do barril, de acordo com os cálculos de Pezão.
No Distrito Federal, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) tomou posse e citou a crise orçamentária por que passa a unidade da Federação. Rollemberg disse que “as dificuldades são maiores que o desejo de servir Brasília”. A equipe de transição estimou um rombo de R$ 3,8 bilhões nas contas do Distrito Federal após a administração de Agnelo Queiroz (PT).
Em Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) tomou posse e também adotou o discurso da austeridade com as contas públicas a partir de 2015: “Será um ano de ajustes para Minas e para o País, mas também um ano promissor”. Pimentel anunciou também que fará um “balanço geral” das contas públicas para depois “estabelecer metas e parâmetros claros”.
Menos secretarias
Em Goiás, logo após a posse, o governador reeleito Marconi Perillo (PSDB) reduziu de 16 para 10 o número de secretarias. A medida deverá gerar uma redução de gastos estimada em R$ 300 milhões.
Em Mato Grosso, Pedro Taques (PDT) assumiu o Estado e prometeu um choque de gestão. A primeira medida foi o corte de 2.000 funcionários em cargos comissionados. Um levantamento da equipe de Taques indicou que as dívidas do Estado chegam a R$ 1,7 bilhão.
Alguns governadores chegaram a anunciar a restrição do uso de celulares, viagens, combustível e até no cafezinho a fim de reduzir as despesas.
R7