Em entrevista ao TechTudo, Trisha afirmou já ter sido vítima de bullying virtual. "Eu recebia mensagens ofensivas sobre como me vestia. Pode-se dizer que sou casca grossa e forte, então só ignorava e seguia em frente", conta. Mas, para a jovem, um adolescente jamais deve pensar em suicídio por causa do bullying virtual. "Pensando nisso, decidi tentar impedir", explica.
O cyberbullying ou bullying virtual ocorre quando alguém é atormentado, assediado ou envergonhado na Internet, principalmente nas redes sociais. De acordo com as pesquisas de Trisha para o Rethink, 50% dos jovens na faixa etária de 12 a 18 anos são vítimas deste crime. Mais de um em cada três adolescentes já sofreram ameaças online.
O bullying virtual tem sido um problema generalizado para meninos e meninas que passam um tempo significativo usando a Internet e as redes sociais. Segundo Trisha, em suas pesquisas, ela percebeu que as vítimas sofriam com baixa autoestima, depressão e tendências suicidas. Após saber da morte de sua compatriota, a jovem cientista resolveu pensar mais sobre o assunto. "Após muita pesquisa, experimentação e correlações entre o cérebro e o bullying virtual, nasceu a ideia do Rethink", explicou.
O Rethink é um projeto que tem como objetivo reduzir a média de mensagens ofensivas que os bullys (nome dado ao agressor) publicam nas redes sociais a partir de um sistema que dá a chance do adolescente repensar antes publicar a mensagem. A solução seria a criação de um mecanismo que gere um alerta antes da publicação de uma mensagem ofensiva. Recentemente, o polêmico Secret bloqueou segredos com nomes próprios e fotos da câmera com mecanismo semelhante. Segundo a jovem, não há uma solução para o cyberbullying, por isso a importância de um projeto para evitá-lo.
Ela cadastrou seu projeto no Google Science Fair, uma competição internacional on-line de ciência e tecnologia aberta a jovens entre 13 e 18 anos. "Sou fascinada pela ciência desde muito jovem, especialmente pelo funcionamento do nosso cérebro. Completei 13 anos e mal podia esperar para fazer parte desta plataforma, compartilhando ideias e me reunindo com alguns dos melhores jovens cientistas do mundo", afirma.
Para Trisha, a reação ao “Rethink” tem sido extremamente positiva. Em abril deste ano ela apresentou o projeto na competição do 1871, centro de empreendedorismo e tecnologia em Chicago.
"Minha ideia de produto teve grande apoio e conquistei o primeiro lugar na competição. Isto não só validou a importância da minha ideia, mas provou ter potencial para mudar o mundo", conta.
Poucas semanas depois, o projeto foi escolhido como um dos finalistas do Google Science Fair. O projeto ganhou apoio e incentivo das mídias sociais, redes tradicionais de TV e rádio e sites de notícias. "Esse tipo de retorno positivo e animador me motivou ainda mais a lutar contra o bullying virtual", disse.
Em setembro deste ano, os 15 finalistas visitarão a sede do Google, em Mountain View, Califórnia. A votação popular vai de 02 a 23 de setembro, quando será anunciado o prêmio online – diferente da premiação do júri que acontece um dia antes (22), em uma cerimônia oficial.
Apesar de ainda não saber se o seu projeto vai ganhar, a jovem conta que já se sente vencedora. "Estou ansiosa para conhecer meus colegas finalistas e me apresentar aos respeitáveis juízes no Google Science Fair. O resultado do evento não importa. Com a consciência criada sobre o bullying virtual e minha forma eficaz de impedi-lo, já me sinto uma vencedora", conclui de forma otimista.
Os finalistas do Google Science Fair podem ser conhecidos no site googleciencefar.com.O projeto Rethink de Trisha Prabhu está disponível também no mesmo site em inglês e português.
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