A Advocacia-Geral da União (AGU) pedirá hoje informações ao Banco Central sobre a cotação do dólar após o Google exibir durante todo o dia de ontem o valor errado da moeda em relação ao real. O órgão informou, por meio de nota, que quer reunir subsídios para eventual atuação relacionada à possível informação incorreta. O Estadão/Broadcast apurou que a intenção é a de acionar juridicamente a plataforma.
O Google informou que a cotação de ontem era de R$ 6,35, mas os mercados estão fechados por causa do feriado e, portanto, não há negociações. Anteontem, véspera de Natal, também não houve transações. A moeda americana com vencimento em janeiro de 2025, o contrato mais líquido, encerrou valendo R$ 6,20. O dólar à vista – informação ofertada na plataforma – fechou ainda mais baixo, em R$ 6,18. Na segunda-feira, o BC informou que faria uma venda de US$ 3 bilhões hoje após alta de 1,86% registrada no dia.
RESPOSTA. Procurado, o Google no Brasil respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que os dados em tempo real exibidos na busca vêm de provedores globais terceirizados de dados financeiros.
“Trabalhamos com nossos parceiros para garantir a precisão e investigar e solucionar quaisquer preocupações”, adiantou a plataforma.
A empresa acrescentou que as informações sobre suas fontes de dados podem ser encontradas no link: www.google.com/googlefinance/disclaimer/. Ao abri-lo, é possível identificar que as informações sobre cotações são provenientes da Morningstar, empresa que se declara “líder no fornecimento de pesquisa independente de investimentos”.
“Nossa missão é criar os melhores produtos para ajudar os investidores a alcançarem os seus objetivos financeiros”, diz a companhia, que informa ter sede em Chicago e estar presente em 27 países.
O BC entregará os dados solicitados pela AGU. O presidente interino da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, colocou toda a equipe de alerta, enfatizando a determinação, inclusive, aos funcionários que estão de plantão neste Natal. O atual diretor de Política Monetária comanda o BC no momento porque o presidente Roberto Campos Neto está em recesso até o fim do ano, quando expira seu mandato. Galípolo assume o posto a partir de 1º de janeiro.
Procurada, a assessoria de imprensa do BC não quis comentar o caso.