Política

Giovani Guizardi diz reconhecer o erro e que está arrependido

Foto: Ahmad Jarrah

O empresário Giovani Guizardi, delator na Operação Rêmora que investigou crime de cobrança e pagamento de propinas e fraudes em licitações na Secretaria de Estado de Educação (Seduc), fez um desabafo em grupo de WhatsApp na noite desta segunda-feira (06).

Dono da Dínamo Construtora, Guizardi disse que está arrependido dos erros que cometeu e que a delação foi uma forma de se redimir perante a Deus. Afirmou, ainda, que a prisão preventiva serviu para ele se conscientizar do erro.

Confira a conversa:

“Sei que não é um procedimento correto, mais funciona. Sou prova disso. Recentemente tomei uma decisão errada na minha vida em participar de algo ilícito ao qual me arrependo muito.

A prisão (preventiva) faz com que a pessoa, estando confinada, consiga perceber o erro que cometeu e o estrago que causou para sua família e a sociedade. É uma maneira da pessoa cair em si e ver que errou.

Sempre fui contraa delação, pois tinha o mesmo pensamento que o Marcelo Odebrecht quando disse  aquela frase aos seus filhos que ele achava pior quem contava a peraltice de quem tivesse feito. Porém, a mentira e uma coisa que você não consegue conviver, você pode mentir para todo mundo, menos para você.

A delação e uma maneira de você se redimir perante a Deus, a sua família e a sociedade pois com ela você traz a verdade à tona. Existe, sim, os benefícios, mas confesso que não é o mais importante, porque o peso que você tira da costa é muito grande quando você fala a verdade,. Isso não tem preço.

Vou pagar por isso da resto da minha, mas tive o livro árbitro em participar não culpo ninguém a não ser eu mesmo.

Então, falando da preventiva a minha ficha só caiu após três meses preso, pois até esse prazo você fica na esperança de um HC, sempre que vai sair. Então a verdade é que funciona, pois é preciso um tempo para você se conscientizar do seu erro, ainda mais em um país como o nosso em que a corrupção vem desde da descoberta e está enraizado no sistema”.

Delação

Guizardi foi preso em maio de 2016, durante a deflagração da 1ª fase da Operação Rêmora, sob a acusação de gerir o esquema de fraudes em licitações e propina na secretaria.

No final de novembro, ele começou a cumprir prisão domiciliar, após firmar termo de colaboração premiada com o Gaeco.

Em sua delação, o empresário afirmou que as fraudes na Seduc teriam o objetivo de pagar o investimento de R$ 10 milhões feito pelo empresário Alan Malouf  na campanha do governador Pedro Taques (PSDB), em 2014.

Ao Gaeco, Guizardi afirmou não ter sido o responsável por criar a referida organização criminosa.

De acordo com o depoimento, a organização foi montada em 2015, com o objetivo de arrecadar "fundos ilícitos" para saldar pagamentos não declarados em campanhas eleitorais ocorridas no ano de 2014.

Devolução de bens

No termo de acordo de colaboração premiada, Guizardi se comprometeu em ressarcir os cofres públicos em R$ 240 mil. O valor é o dobro do que ele teria se beneficiado.

Leia mais:

"Guizardi tem o compromisso de dizer a verdade", diz advogado

 

Sandra Carvalho

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