O secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, disse, nesta terça-feira (21), que considera retornar à Câmara de Cuiabá para participar da votação do processo que pode cassar o mandato do vereador Abílio Junior (PSC). Ele disse que ação, em andamento na Comissão de Ética e Decoro, beneficia apoiadores do prefeito Emanuel Pinheiro.
“É uma sacanagem grande esse processo, porque o maior beneficiado da cassação do Abílio é justamente o suplente [de vereador] que administra o Hospital São Benedito e que está envolvido nessas irregularidades [sobre improbidade administrativa]”, disse em entrevista à rádio Capital FM.
A consideração do licenciamento por Gilberto Figueiredo pode ser interpretada como aumento do tom da discórdia entre o governador Mauro Mendes e o prefeito Emanuel Pinheiro. Outro caso relacionado ao processo de cassação de Abílio já havia respingado em Mendes via um ato do prefeito.
Logo que foi divulgada a informação de suposta manobra na Câmara de Cuiabá de compra de votos, o prefeito Emanuel Pinheiro recorreu à Assembleia Legislativa com pedido de investigação à Defaz (Delegacia Especializada de Crimes Fazendários) por suposta influência política do governo no caso.
Hoje, o secretário Gilberto Figueiredo afirmou que o processo aberto é uma “orquestração” para anular o mandato de alguém da oposição que “incomoda” a gestão de Pinheiro.
“É uma orquestração para tirar um vereador de oposição que incomoda a atual administração da prefeitura e que beneficia alguns desses que estão com processo em apuração. Inclusive, este suplente que administra o hospital”.
O processo contra Abílio Junior teve início com ação deu seu suplente Oséas Machado. Atualmente, ele administra o hospital São Benedito, por indicação do prefeito Emanuel Pinheiro. O conteúdo do seu pedido de cassação diz respeito a suposta quebra de respeito de Abílio durante visitas de fiscalização em hospitais públicos.